Quem acompanha a trajetória pública de Flávio Dino sabe que por trás do ministro da Justiça há uma história pessoal que marcou profundamente sua vida. E agora, depois de uma verdadeira maratona judicial que se arrastou por anos, ele finalmente conseguiu fechar um capítulo doloroso dessa história.
A coisa toda começou lá atrás, em 2019, quando seu filho Caio — um jovem cheio de vida, só 19 anos — foi internado no Hospital São Luís, em São Luís do Maranhão. O que era pra ser uma internação de rotina se transformou numa tragédia familiar. O garoto não resistiu.
Uma Luta que Valeu a Pena
Dino, é claro, não ficou quieto. Movimentou o judiciário, acionou a 4ª Vara Cível de São Luís e entrou com uma ação pedindo reparação por danos morais. A alegação era grave: negligência médica. E olha, a Justiça deu razão a ele.
O valor condenatório — R$ 150 mil — pode até não parecer muito para alguns, mas o que importa mesmo é o simbolismo. E sabe o que o ministro decidiu fazer com esse dinheiro? Doar tudo. Sim, você leu certo: cada centavo vai para instituições que trabalham com saúde e apoio a famílias em situações similares.
Mais que Dinheiro, uma Questão de Princípios
"Para mim, nunca foi sobre o valor em si", reflete Dino, com aquela voz ponderada que conhecemos dos pronunciamentos públicos. "Era preciso estabelecer um marco, mostrar que responsabilidade existe, que as instituições precisam prestar contas à sociedade."
E ele vai além: "O que eu queria mesmo era transformar essa dor imensa em algo positivo. Em ajuda concreta para outras pessoas que possam estar passando por situações parecidas."
Não é todo mundo que teria essa postura, concorda? Muita gente guardaria a mágoa, o ressentimento. Dino escolheu outro caminho.
O Peso da Perda e o Alívio da Justiça
Quem já perdeu alguém importante sabe — a dor nunca vai embora completamente. Mas ter o reconhecimento de que houve falha, que a morte poderia ter sido evitada... isso traz um tipo diferente de alívio. É como se a Justiça dissesse: "Sim, você tinha razão em lutar".
O processo andou, a defesa do hospital tentou reverter, mas no fim prevaleceu o entendimento de que a instituição tinha, de fato, sua parcela de responsabilidade no ocorrido.
E agora, com o caso juridicamente resolvido, o que fica? Fica o exemplo. Fica a demonstração de que mesmo figuras públicas, com toda a exposição e pressão, enfrentam dramas humanos como qualquer um de nós.
Dino poderia ter simplesmente guardado o caso em segredo, resolvido nos bastidores. Mas optou pela transparência — e pela solidariedade. E nesses tempos tão complicados que vivemos, histórias assim renovam um pouco a fé na humanidade.
