
Parece que a poeira ainda não baixou na CPI da Dívida Pública de Teresina. Desta vez, o foco está numa transação imobiliária que deixou muita gente de sobrancelha arqueada: a aquisição de terrenos pela prefeitura que beirou os impressionantes R$ 80 milhões. Não é pouca coisa, né?
Os técnicos da Secretaria Municipal de Finanças foram chamados para explicar — e como explicaram! — os critérios que embasaram tamanho investimento. E olha, eles chegaram preparados, com laudos, relatórios e uma paciência de jô para detalhar cada centavo gasto.
O que dizem os números
Vamos aos detalhes que realmente importam. A prefeitura adquiriu nada menos que 14 terrenos espalhados pela cidade, sendo que um deles, localizado no bairro Buenos Aires, custou sozinho a bagatela de R$ 4,7 milhões. Outra área, no Parque Julião, saiu por R$ 3,8 milhões. Valores que fariam qualquer um dar uma segunda olhada no extrato.
Mas calma lá, não é simplesmente jogar dinheiro pela janela. Os técnicos garantiram que cada avaliação seguiu metodologias reconhecidas, considerando localização, potencial de uso e — pasmem — até mesmo o que chamaram de "valor social" das áreas. Algo que, convenhamos, não é exatamente uma ciência exata.
O outro lado da moeda
Os parlamentares da CPI, claro, não engoliram a história sem questionar. O deputado estadual João Rufino (PSDB) foi direto ao ponto: "Precisamos entender por que tantos imóveis, e por que valores tão elevados". A pergunta que não quer calar, não é mesmo?
Do outro lado, os técnicos se defendem com unhas e dentes. Afirmam que todos os processos seguiram os trâmites legais, com avaliações de engenheiros independentes e aprovação dos órgãos competentes. Mas sabe como é — quando se mexe com dinheiro público, a desconfiança é quase uma segunda natureza.
E agora, José?
O que me deixa pensando é: será que não existiriam alternativas mais em conta? Teresina tem áreas disponíveis que custariam bem menos, ou não? Os técnicos argumentam que a localização estratégica justifica o investimento, mas confesso que fico com um pé atrás.
Enquanto isso, a CPI segue seu trabalho de formiguinha, examinando documento por documento, laudo por laudo. Parece aquela história de gato e rato — de um lado, a defesa ferrenha dos critérios técnicos; do outro, a suspeita de que algo não cheira bem.
O certo é que essa novela ainda vai dar muito pano para manga. E nós, contribuintes, ficamos aqui torcendo para que o dinheiro público — que já é tão escasso — tenha sido realmente bem empregado. Ou pelo menos, que as explicações sejam convincentes o suficiente para justificar tanto zero na conta.
No final das contas, o que importa é a transparência. E essa, meus amigos, parece ser uma mercadoria ainda mais rara que terrenos caros em Teresina.