
Parece que o buraco era mais embaixo — e mais antigo — do que se imaginava. A Controladoria-Geral da União, aquela que deveria ser os olhos e ouvidos do governo federal, já tinha seus radares apontados para possíveis maracutaias no INSS desde 2019. Quatro anos inteiros antes que o Congresso resolvesse montar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito.
Não foi algo que aconteceu da noite para o dia, claro. As suspeitas foram se acumulando lentamente, como peças de um dominó prestes a cair. A CGU, em seu papel de cão de guarda, identificou padrões estranhos — coisas que não fechavam a conta, digamos assim.
O que exatamente chamou a atenção?
Bom, estamos falando de indícios concretos de que algo não cheirava bem nos processos de concessão de benefícios previdenciários. Parece que alguns "atalhos" foram tomados onde deveriam existir apenas estradas principais.
E olha que interessante: essas pistas todas estavam documentadas em relatórios internos que, teoricamente, deveriam ter acendido a luz vermelha muito antes. Mas sabemos como essas coisas funcionam — ou melhor, como deixam de funcionar — na máquina pública.
O timing que faz pensar
Agora me diga: não é no mínimo curioso que só em 2023, quatro anos depois dos primeiros alertas, é que a coisa toda ganhou o holofote de uma CPMI? Dá o que pensar, não dá?
Enquanto isso, o prejuízo — se é que houve — continuava correndo solto. E os contribuintes, claro, pagando a conta como sempre.
O que mais me espanta é a lentidão do sistema. A CGU faz sua parte, aponta as irregularidades, mas aí o processo entra num labirinto burocrático que parece não ter saída.
E as consequências?
Bem, agora a CPMI assume o papel de detetive principal nesse romance policial previdenciário. Eles herdam toda a documentação coletada pela CGU — que não era pouca coisa, diga-se de passagem.
O desafio será conectar os pontos entre o que a controladoria já sabia em 2019 e o que se descobriu — ou deixou de descobrir — nos anos seguintes. Será que as suspeitas iniciais se confirmaram? Ou será que o problema era ainda maior do que se imaginava?
Uma coisa é certa: quando se mexe em INSS, o assunto é sério. Afinal, estamos falando do bolso de milhões de brasileiros que dependem desses benefícios para sobreviver.
O que me deixa com um pé atrás é saber que, enquanto isso, pessoas reais podem ter sido prejudicadas. E isso, convenhamos, é o que realmente importa no final das contas.