Acre em Emergência Hídrica: Rios Batem Recorde Histórico de Seca e População Sofre com Escassez
Acre em crise hídrica histórica; rios secam

Parece que o céu simplesmente esqueceu de chorar sobre o Acre. A situação lá está, sem exagero nenhum, para lá de crítica. Os principais rios que cortam o estado—o Acre e o Purus—estão com níveis tão baixos que assustam. Não é exagero, é fato: estamos falando de volumes de água que não eram vistos há décadas.

O Rio Acre, que é praticamente a veia vital da região, marcou míseros 1,40 metro na régua de Rio Branco. Um número que faz qualquer morador antigo tremer. É sério. E o Purus, então? Em Sena Madureira, a situação não é nem um pouco melhor, com o rio atingindo uma profundidade que beira o inacreditável.

O Que Isso Significa na Prática?

Bom, a teoria é uma coisa, a prática outra bem mais dura. Comunidades ribeirinhas—gente que depende do rio para tudo, absolutamente TUDO—estão praticamente ilhadas. Imagine ficar sem conseguir ir à cidade, sem receber mantimentos, sem pescar. O transporte fluvial, que era uma via de vida, simplesmente parou.

E não para por aí. O abastecimento de água para a população já está sendo afetado. A Defesa Civil do estado não perdeu tempo e decretou situação de emergência. É um aviso claro de que a coisa está feia, e que todos precisam se preparar para o pior.

E Por Que Isso Está Acontecendo?

Aqui a gente entra num terreno espinhoso. Todo mundo joga a culpa no 'verão amazônico', que este ano resolveu ser mais intenso e prolongado. Pouca chuva, muito sol, calor de rachar. Mas será que é só isso? Especialistas—e até mesmo quem mora lá e sente na pele—cobram o olho da cara quando o assunto é falta de políticas sérias para preservar as nascentes e matas ciliares. É um cocktail perigoso: mudanças climáticas globais somadas a problemas locais de gestão ambiental.

O governador em exercício, Mailza Gomes, já assumiu que a situação é gravíssima. O governo estadual prometeu um plano de ação, mas a pergunta que fica é: será que não é tarde demais?

Enquanto as promessas rolam, o povo acreano se vira nos trinta. Tanques são abastecidos à moda antiga, cada gota de água vale ouro, e a espera por uma boa chuva—que teima em não vir—é o que resta. Uma lição dura sobre nossa fragilidade perante a natureza.