
Duas décadas se passaram desde que o Katrina arrasou Nova Orleans com uma fúria que ninguém — absolutamente ninguém — estava preparado para enfrentar. E sabe o que é mais assustador? A sensação entre quem trabalha na linha de frente é que estamos ainda mais vulneráveis hoje.
Um relatório interno vazado de servidores de carreira do governo federal americano está causando frisson nos corredores de Washington. O documento, obtido por jornalistas, aponta o dedo diretamente para a administração Trump. Segundo esses profissionais, mudanças recentes nas políticas de preparação para desastres estão, literalmente, desmontando a capacidade de resposta nacional.
Não se trata de politicagem barata — são técnicos experientes, gente que viveu o Katrina na pele, alertando que o país regrediu perigosamente. Eles falam em reestruturações "preocupantes" na FEMA (Agência Federal de Gestão de Emergências) e cortes orçamentários que beiram o irresponsável.
O fantasma de 2005 assombra o presente
Quem viveu aqueles dias caóticos em 2005 dificilmente esquece as imagens: pessoas em telhados, hospitais inundados, o completo colapso. Pois é exatamente esse cenário que os especialistas temem ver repetido. E olha que o timing não poderia ser pior — com as mudanças climáticas intensificando furacões, a temporada de tempestades está cada vez mais imprevisível.
O relatório menciona especificamente a realocação de recursos que antes eram destinados à preparação comunitária. Esses programas, vitais para ensinar populações costeiras como agir durante evacuações, simplesmente minguaram. Como resultado? Cidades inteiras estão mais expostas.
E as consequências?
- Treinamento de equipes de emergência reduzido drasticamente
- Equipamentos de resgate subutilizados ou defasados
- Comunicação entre estados e governo federal fragilizada
- Planos de evacuação desatualizados para regiões críticas
Não é exagero dizer que estamos brincando com fogo — ou melhor, com água. Muita água. E tempestades cada vez mais violentas.
O silêncio da Casa Branca sobre o assunto é, no mínimo, ensurdecedor. Enquanto isso, meteorologistas já preveem outra temporada intensa de furacões no Atlântico. Será que precisamos de outra tragédia para acordar?
A verdade é que desastres naturais não esperam eleições nem debates políticos. Eles simplesmente chegam. E quando chegam, não distinguem entre democratas ou republicanos — apenas entre preparados e despreparados.
Infelizmente, tudo indica que estamos na segunda categoria.