O estado do Piauí enfrenta um cenário alarmante de mortes por afogamento em 2025. Segundo dados do Instituto Médico Legal (IML), 85 óbitos já foram registrados no período entre 1º de janeiro e 17 de dezembro deste ano. O número representa um aumento significativo em relação a todo o ano de 2024, quando o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí (CBMepi) contabilizou 24 mortes.
Concentração dos casos e aumento nos atendimentos
As ocorrências fatais estão concentradas principalmente nas cidades de Teresina e Parnaíba, que, juntas, respondem por mais de 75% dos casos. O crescimento no número de vítimas reflete diretamente no trabalho dos bombeiros, que registraram um aumento expressivo nos atendimentos relacionados a afogamentos.
O comandante operacional do CBMepi, Egídio Leite, explicou que a corporação ampliou sua atuação. "Aumentamos nossa prestação de serviço. Esse aumento é tanto na prestação do serviço de prevenção, na retirada da pessoa que está se afogando, e eventualmente, na busca por vítimas de afogamentos", detalhou Leite. Do total de casos deste ano, 50 ocorreram apenas no primeiro semestre.
Períodos de risco e recomendações oficiais
O Corpo de Bombeiros alerta que os períodos de férias escolares, feriados prolongados e festas de fim de ano exigem atenção redobrada por parte dos banhistas. Para evitar tragédias, a corporação divulgou uma lista de cuidados essenciais a serem seguidos por todos que pretendem entrar na água, seja no mar, rios ou piscinas.
Principais dicas para prevenir afogamentos
A prevenção é a melhor forma de combater esses acidentes. Confira as recomendações das autoridades:
- Evite pular de cabeça em locais desconhecidos, devido ao risco de encontrar pedras ou bancos de areia submersos.
- Não consuma bebidas alcoólicas ou alimentos pesados antes de entrar na água.
- Prefira sempre áreas delimitadas e supervisionadas para banho.
- Verifique se o local é de fácil acesso para socorro em caso de emergência.
- Nunca nade sozinho. Entre na água acompanhado por alguém que saiba nadar.
- Esteja ciente de que a profundidade de um local pode mudar com o tempo, mesmo em pontos que você já conhece.
- Se a água atingir a altura do seu umbigo, é hora de voltar para uma área mais rasa.
Cuidados especiais com crianças
A segurança dos pequenos exige medidas adicionais:
- Para crianças, utilize coletes salva-vidas de espuma ajustáveis ao corpo, que são mais seguros do que boias infláveis, que podem furar ou esvaziar.
- Mantenha as crianças sempre à distância de um braço de um adulto responsável durante o banho.
- Em casa, cercar piscinas com grades de pelo menos 1,5 metro de altura é fundamental.
- O uso de lonas de proteção para cobrir piscinas também ajuda a evitar acidentes com crianças e animais.
- Nunca deixe baldes, bacias ou piscinas infantis com água ao alcance de bebês.
O reforço na conscientização e a adoção dessas práticas simples podem salvar vidas. As autoridades ressaltam que a maioria dos afogamentos pode ser evitada com atenção, respeito aos limites do corpo e ao poder da natureza.