Shutdown nos EUA cancela mais de 800 voos e afeta 40 aeroportos
EUA cancelam 10% dos voos por shutdown governamental

O shutdown do governo dos Estados Unidos, que completa 38 dias nesta sexta-feira (7), começou a causar impacto direto no sistema aéreo do país. Mais de 800 voos domésticos e internacionais já foram cancelados, com previsão de que os cancelamentos atinjam 10% da capacidade dos aeroportos mais movimentados.

Crise nos aeroportos americanos

Segundo dados do site de monitoramento FlightAware, 822 voos com origem ou destino nos Estados Unidos foram cancelados até a manhã desta sexta-feira. Outros 805 voos registraram atrasos significativos, indicando que a situação está se agravando rapidamente.

O Departamento de Transportes dos EUA determinou oficialmente a redução de 4% dos voos a partir das 8h (horário de Brasília), com aumento gradual para até 10% até o dia 14 de novembro. A medida afeta aproximadamente 40 aeroportos em todo o território americano, incluindo os principais hubs como Chicago, Atlanta e Los Angeles.

Companhias aéreas mais afetadas

As empresas aéreas que registraram maior número de cancelamentos incluem:

  • Skywest
  • Southwest
  • Republic Airlines
  • Endeavor Airlines
  • United Airlines
  • Delta Airlines

A Delta Airlines confirmou que cancelaria cerca de 170 voos nesta sexta-feira, enquanto a American Airlines planejava cortar 220 voos diários até segunda-feira. A expectativa é que o número de cancelamentos aumente ao longo do dia.

Impacto nos controladores de voo

A crise na aviação está diretamente relacionada à falta de funcionários federais, especialmente controladores de voo que estão trabalhando sem receber desde 1º de outubro. Muitos começaram a faltar ao trabalho em busca de outras fontes de renda para pagar suas contas.

Nick Daniels, presidente da Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo, alertou que os servidores estão buscando outros empregos para sobreviver durante a paralisação. A situação preocupa especialistas pela proximidade com a temporada de férias e o feriado de Ação de Graças, quando o movimento nos aeroportos tradicionalmente aumenta.

Jeff Guzzetti, ex-investigador da FAA, comparou a situação ao fechamento do espaço aéreo após os ataques de 11 de setembro de 2001, destacando a gravidade sem precedentes da medida.

Conflito político prolongado

O shutdown já é o mais longo da história dos Estados Unidos, resultado de um impasse entre republicanos e democratas sobre a aprovação do Orçamento federal. No centro da disputa está a questão da saúde, com democratas exigindo a extensão de programas de assistência médica.

Enquanto isso, o governo Trump culpa publicamente o Partido Democrato pelo que chama de "caos" nos aeroportos. Nas redes sociais, perfis oficiais da Casa Branca acusam a oposição de prejudicar intencionalmente o país.

O Senado deve se reunir novamente nesta sexta-feira para tentar encontrar uma solução para a crise, mas as negociações permanecem difíceis. Analistas estimam que, se a paralisação continuar, até 1.800 voos possam ser cancelados diariamente, afetando aproximadamente 268 mil passageiros por dia.