
Parece que a pontualidade virou artigo de luxo nos aeroportos brasileiros. E olha, não é exagero não. Os números que a ANAC soltou são daqueles que fazem a gente coçar a cabeça e suspirar fundo antes de marcar a próxima viagem.
De janeiro a julho deste ano, meu amigo, quase 9 milhões de passageiros tiveram que encarar a famosa 'ópera do malandro' em plenos aeroportos. Isso mesmo, 8.987.319 pessoas – um número que parece mais loteria do que estatística de transporte.
E o pior? Esse valor representa um salto absurdo de 145% comparado com o mesmo período do ano passado. Não é pouco, não. É quase o dobro e meio! Parece aquela conta de bar que vai ficando cada vez mais assustadora.
O que diabos está acontecendo?
Bom, os especialistas – esses seres que adoram explicações técnicas – apontam o dedo para alguns suspeitos usuais. A tal da retomada pós-pandemia chegou com tudo, mas parece que o setor aéreo não tava nem um pouco preparado para o rebote.
Voos domésticos? Esses então... foram os campeões de inconveniência. Cerca de 82,5% de todos os passageiros afetados estavam justamente nessa categoria. Quem nunca ficou horas esperando um voo nacional que atire a primeira pedra.
E os cancelamentos? Ah, esses também deram as caras. Mais de 2,5 milhões de pessoas tiveram seus planos simplesmente evaporados pela magia negra das companhias aéreas. Um aumento de 61% – nada mal para quem gosta de números ruins.
E os motivos? São vários:
- Problemas operacionais (leia-se: muita coisa dando errado ao mesmo tempo)
- Condições meteorológicas – São Pedro anda de mal com a aviação
- Falta de pessoal? Rumores correm por aí...
- E aquela velha conhecida: infraestrutura capenga
O período entre maio e julho foi particularmente cruel. Três meses seguidos de caos, com junho liderando o ranking nada honroso. Mais de 1,7 milhão de passageiros afetados só nesse mês – dá até vontade de pegar um ônibus depois de ler isso.
E as companhias aéreas? Bem, elas estão se virando nos trinta para melhorar a situação. Pelo menos é o que dizem nos comunicados bonitinhos. Mas entre o discurso e a prática... todos sabemos que existe um abismo.
No fim das contas, quem paga o pato é sempre o mesmo: o passageiro. Aquele ser humano que só quer chegar no destino sem envelhecer dez anos no processo.
Restauração da malha aérea? Melhoria na infraestrutura? Planos mirabolantes? Tudo soa muito bem no papel. Mas enquanto isso não sair do campo das ideias, melhor continuar levando um livro grosso e uma dose extra de paciência toda vez que for ao aeroporto.