
O Pantanal, aquele bioma majestoso que encanta o mundo inteiro, foi palheiro de uma tragédia que atravessou oceanos. Quem diria que aquelas paisagens de tirar o fôlego testemunhariam um capítulo tão sombrio?
Depois de semanas que pareceram uma eternidade — e cá entre nós, o tempo sempre se arrasta quando famílias aguardam respostas —, finalmente veio a confirmação. O corpo do arquiteto chinês que estava entre as vítimas daquele acidente aéreo terrível em Corumbá, lá no Mato Grosso do Sul, foi identificado oficialmente.
E olha só como o mundo está conectado: a perícia contou com uma mãozinha nada desprezível do FBI, aquela agência federal americana que a gente só vê em filmes de Hollywood. Parece roteiro de cinema, mas é a vida real.
Os detalhes que tornam tudo mais complexo
O tal avião, um Cessna 210 simples que costumava cortar os céus como se fosse a coisa mais natural do mundo, simplesmente desapareceu do radar no dia 16 de setembro. Sumiu. Como se a terra — ou melhor, o pantanal — o tivesse engolido.
Três dias depois, numa daquelas buscas que deixam a gente apreensivo, os destroços foram encontrados. E aí começou o trabalho minucioso, daqueles que exigem paciência de jacaré esperando presa.
Cooperação além-fronteiras
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, que não mede esforços nesses casos, tratou de acionar os parceiros internacionais. E não é que o FBI topou ajudar? Eles têm uma expertise em identificação que é de outro mundo — literalmente.
O delegado Marcelo Rondon, que coordena a investigação, explicou com aquela calma típica de quem lida com tragédias diariamente: "A identificação de vítimas estrangeiras exige procedimentos específicos, principalmente quando envolve documentação internacional".
E cá pra nós, burocracia internacional é uma das coisas mais complicadas desse planeta. Parece mais emaranhado que rede de pescador depois de uma tempestade.
O que se sabe sobre as vítimas
Além do arquiteto chinês — cujo nome, por respeito à família, ainda não foi divulgado oficialmente —, outras três pessoas estavam a bordo da aeronave. Dois brasileiros e mais um estrangeiro, todos com suas histórias, seus sonhos, seus planos interrompidos brutalmente.
- Piloto brasileiro com vasta experiência na região
- Empresário local que conhecia o pantanal como a palma da mão
- Dois profissionais estrangeiros em missão de trabalho
O que estariam fazendo? Qual era o propósito do voo? Essas são perguntas que ainda ecoam nos corredores da polícia e nas conversas de boteco de Corumbá.
O trabalho nos bastidores
Enquanto isso, nos laboratórios, a ciência fazia seu papel silencioso. Comparação de digitais, análise documental, exames de DNA — tudo aquilo que a gente imagina quando vê série policial, mas com a lentidão meticulosa da vida real.
O IML (Instituto Médico Legal) de Campo Grande virou um centro de operações improvisado. E os peritos trabalharam incansavelmente, unindo pontas soltas de uma história que começou na China, passou pelos Estados Unidos e terminou tragicamente no coração do Pantanal.
Resta agora o consolo — se é que existe consolo nesses casos — de que as famílias terão pelo menos o direito de enterrar seus entes queridos conforme suas tradições. E no meio de tanta tristeza, isso já é alguma coisa, não é mesmo?