Quase 400 mortes por choque elétrico no Brasil em 2025 alertam para riscos
Quase 400 mortes por acidentes elétricos no Brasil em 2025

O Brasil registrou um aumento alarmante no número de acidentes e mortes envolvendo energia elétrica no primeiro semestre de 2025. Dados apontam que quase 400 pessoas perderam a vida vítimas de choque elétrico neste período, um cenário que expõe falhas graves em infraestrutura e no uso seguro da eletricidade.

Casos trágicos revelam perigos ocultos

Histórias recentes ilustram como o perigo pode estar em situações cotidianas. Em Goiânia, um homem morreu após sofrer uma descarga elétrica ao tocar em um modem de internet. O perito criminal Warley Alves explicou que o cabo de fibra óptica do aparelho possuía uma guia de aço que, provavelmente, encostou em um ponto energizado da rede, eletrificando todo o equipamento.

Em Anápolis, outro cabo de fibra óptica, desta vez abandonado na calçada, foi apontado como causa da morte de uma criança de apenas 10 anos. Já na capital goiana, uma adolescente não resistiu após ser atingida por um fio de energia durante uma chuva. "Os cabos já haviam sido rompidos, já estavam submersos na água, só que o local que ela passou era onde estava tendo essa descarga elétrica", detalhou o Tenente Tiago Berigo, da Polícia Militar.

Estatísticas mostram tendência de alta

Os números consolidam a gravidade da situação. De janeiro a junho de 2025, houve mais de mil acidentes com energia elétrica em todo o país, representando um crescimento de 7,5% em comparação com o mesmo período de 2024. Além das quase 400 mortes por choque, também foi registrado um aumento nos incêndios de origem elétrica.

Edson Martinho, diretor-executivo da ABRACOPEL (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), alerta para causas comuns: "Alguns acidentes acontecem com cabos partidos, cabos que se rompem por vários motivos, algumas vezes foram cortados pela linha de pipa e estavam próximos, daí uma ventania acaba derrubando esse cabo energizado".

Falta de segurança nas instalações é fator crucial

Especialistas são unânimes em apontar que a maioria dessas tragédias poderia ser evitada. O uso de materiais elétricos inadequados ou não originais é uma prática de alto risco. "É o famoso uso de fios e cabos não originais, não adequados. Você compra um produto achando que você tem uma capacidade, e quando você coloca lá os equipamentos, dentro daquele limite, ele não vai suportar", comenta Edson Martinho.

Augusto Francisco da Silva, presidente da ASCEEL, reforça a importância das normas técnicas: "Revisão das instalações antigas todas, e nas instalações novas, obedecer criteriosamente todos os procedimentos normativos. Se tivesse a instalação adequada, se tivesse o uso adequado, a obediência às normas de segurança que existem no Brasil, zero acidentes".

A orientação para a população é clara: cada tipo de aparelho exige fios específicos, e é fundamental utilizar equipamentos que atendam às normas técnicas brasileiras para diminuir os riscos de curto-circuito e choque. A revisão periódica das instalações, especialmente as mais antigas, é uma medida preventiva essencial para evitar novas tragédias.