
Imagine caminhar pela calçada e, de repente, se deparar com um poste de energia que parece mais um biscoito de polvilho — oco e prestes a desmoronar. Essa é a realidade assustadora que moradores de vários bairros de Belo Horizonte enfrentam diariamente.
"É uma roleta-russa", desabafa Maria das Graças, aposentada de 68 anos que vive no Santa Tereza. "Quando venta forte, fico com o coração na mão — esses postes balançam feito vara de pescar."
Problema antigo, soluções tardias
A situação, que já virou caso de polícia (literalmente), remonta a pelo menos cinco anos. Os postes — alguns com mais de 30 anos de uso — apresentam:
- Erosão interna visível (dá pra enfiar o braço em alguns!)
- Ferrugem avançada nas estruturas metálicas
- Fiação exposta que já causou pequenos incêndios
O bairro mais crítico? O São Lucas, onde 12 postes estão classificados como "em estado crítico" por técnicos da Defesa Civil. "É questão de tempo", alerta um agente que prefere não se identificar.
Responsabilidade em jogo
A Cemig — empresa responsável — garante que "monitora a situação". Mas os moradores? Não estão comprando esse papo. "Monitorar não segura poste caindo na cabeça de criança", dispara Carlos Eduardo, líder comunitário.
Curiosamente, a concessionária alega que:
- O problema seria causado por infiltrações de água
- Existe um cronograma de substituições (que ninguém nunca viu)
- A prioridade seria dada a áreas com maior fluxo
Enquanto isso, na rua do João Batista, o poste 1472 inclina-se perigosamente sobre o parquinho municipal. "Denunciei três vezes", conta a professora Luciana. "Só me mandaram um e-mail dizendo que está 'em análise'. Isso foi em 2022."
O Ministério Público já foi acionado — será que dessa vez a coisa anda? Ou vamos esperar uma tragédia anunciada?