
Imagine o barulho: um estrondo de metal rangendo seguido pelo desespero gritado. Foi exatamente isso que ecoou pelas ruas do bairro Flores, Zona Centro-Sul de Manaus, na última segunda-feira (19). Tudo aconteceu por volta das 14h30, horário em que a cidade já fervilhava com suas atividades cotidianas.
Um ônibus de linha, daqueles que a gente pega todo dia, simplesmente… falhou. Na subida da Rua 7, uma via notoriamente íngreme que já foi palco de outros sustos, o motorista perdeu o controle do veículo. O coletivo, pesado, simplesmente não conseguiu vencer a ladeira e começou a recuar – e não foi um recuo gentil.
Foi um recuo desgovernado, assustador, que terminou com o veículo invadindo o terreno de uma casa. A colisão, segundo relatos, foi violenta. A sorte, se é que podemos chamar assim, é que o ônibus bateu em um muro primeiro, que fez de barreira e absorveu boa parte do impacto antes que a casa fosse atingida. Um amortecedor de concreto numa hora de puro pânico.
E os passageiros? Ah, isso é que é o mais importante. Sete almas estavam dentro do ônibus na hora do susto. Sete vidas que saíram com um baita de um choque, mas, pasmem, ilesas. Nada de ferimentos graves, apenas aquele tremor que fica dias depois de uma experiência daquelas. Até o motorista, que deve ter passado pelo terror de sua vida, saiu sem um arranhão.
O Susto Dentro de Casa
Do lado de dentro da residência, a história foi diferente apenas no tipo de medo. A dona da casa, que prefere não se identificar, contou que o susto foi indescritível. Um barulho ensurdecedor seguido pelo tremor das paredes. É o tipo de coisa que você acha que só vê em filme, até acontecer no seu quintal.
Os Bombeiros foram acionados rapidamente e compareceram ao local. Eles constataram o óbvio: o perigo iminente de um desastre muito maior. A estrutura da casa sofreu danos, claro. O muro, então, foi praticamente destruído. Uma cena de caos que interrompeu a paz de uma tarde comum.
O Corpo de Bombeiros emitiu um alerta – e é um alerta que soa como um déjà-vu para quem conhece a região. Eles recomendam, veementemente, que os motoristas de ônibus evitem trafegar por aquela rua. A via, claramente, não suporta o peso e a dinâmica desses veículos grandes. É uma rota de risco, ponto final.
O que fica é a lição de sempre, mas que ninguém parece aprender: a prevenção é a única saída. Enquanto medidas não forem tomadas, seja com sinalização mais clara, fiscalização ou até uma reavaliação completa das rotas, a comunidade do Flores fica refém de uma roleta-russa sobre rodas. Dessa vez, o estrago foi apenas material. Na próxima, só Deus sabe.