Uma servidora pública sofreu um grave acidente ao ser atingida no olho por um chumbinho disparado de uma barraca de tiro irregular. O caso aconteceu durante um evento de Natal em Palmas, capital do Tocantins, e deixou a vítima com o projétil permanentemente alojado atrás do globo ocular.
Detalhes do acidente durante passeio familiar
O incidente ocorreu no dia 12 de dezembro de 2025, quando a servidora pública Isabel Cristina Rocha, moradora de Colinas do Tocantins, passeava com a família no Parque Cesamar. Eles aproveitavam para conhecer a Vila de Natal, instalada no local para as festas de fim de ano.
Enquanto passava atrás de uma das barracas de tiro ao alvo, Isabel foi atingida no olho esquerdo por um chumbinho. Em entrevista, ela relatou que a sensação inicial foi a de ter levado um choque elétrico. "Coloquei a mão, me agachei e logo em seguida fui socorrida. Na minha mente, eu já tinha certeza que tinha acontecido algo muito grave na minha visão, porque eu não enxergava", contou a vítima.
A filha de Isabel, Agnes Rocha, e o próprio dono da barraca prestaram os primeiros socorros. Uma médica plantonista e, posteriormente, uma oftalmologista atenderam a servidora durante a madrugada.
Projétil permanece no corpo e decisão médica
Exames de raio-X confirmaram a gravidade da situação: o chumbinho está alojado atrás do globo ocular de Isabel. Até o momento, a servidora já passou por quatro oftalmologistas, e a orientação unânime tem sido a de não retirar o projétil.
"Graças a Deus ela não está sentindo nenhuma dor desde o momento que ela foi acertada até depois da cirurgia", afirmou Agnes Rocha. A decisão sobre uma possível remoção será reavaliada conforme a evolução do tratamento. Isabel permanece em Palmas para acompanhamento médico, longe de sua cidade natal.
Barraca operava de forma irregular e Prefeitura se posiciona
A investigação apurou que a barraca de tiro funcionava sem qualquer autorização da Prefeitura de Palmas. Ela foi instalada de forma clandestina na Vila de Natal, sem alvará, comunicação prévia ou vistoria dos órgãos de fiscalização.
Em nota oficial, a Superintendência de Fiscalização Urbana do município esclareceu pontos importantes:
- A atividade não possuía autorização para uso do espaço público.
- Atividades com potencial risco, como bancas de tiro, exigem autorização expressa e análise de segurança.
- A ausência de autorização significa que não houve vistoria prévia sobre as condições de segurança da instalação.
- A responsabilidade pelo acidente é exclusiva do operador da barraca, que agiu à margem da lei.
A Prefeitura informou que vai apurar os fatos e aplicar as sanções administrativas cabíveis ao responsável. A Fiscalização de Posturas reforçou a necessidade de autorização para qualquer atividade recreativa em área pública, especialmente as que envolvem risco.
O caso serve como um alerta sobre os perigos de atrações sem fiscalização em eventos públicos e a importância do cumprimento das normas de segurança para proteger a população.