Uma das maiores tragédias das últimas décadas em Hong Kong registrou aumento no número de vítimas fatais nesta quinta-feira, 27 de novembro de 2025. O incêndio que devastou o conjunto residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, já causou 75 mortes confirmadas, enquanto equipes de resgate continuam trabalhando nos escombros.
A propagação das chamas
O fogo teve início na tarde de quarta-feira, 26 de novembro, possivelmente nos andaimes de bambu e redes de proteção que cobriam a fachada de uma das torres de 32 andares que passava por reformas. As chamas se espalharam com velocidade assustadora para o interior do edifício e rapidamente atingiram os outros sete blocos do complexo.
O Wang Fuk Court abriga aproximadamente 4.800 residentes distribuídos em quase 2.000 apartamentos. Imagens divulgadas pelas autoridades mostram torres completamente enegrecidas pela fuligem, com janelas derretidas e densa fumaça saindo de múltiplos andares simultaneamente.
Esforços de resgate e dificuldades
Bombeiros trabalham incansavelmente pelo segundo dia consecutivo para extinguir focos remanescentes do incêndio. As equipes de resgate enfrentam dificuldades extremas no acesso aos apartamentos, principalmente devido às altas temperaturas internas e à visibilidade comprometida pela fumaça.
As buscas continuam nos apartamentos carbonizados e corredores que desabaram durante o incêndio. O governo havia informado anteriormente sobre 279 moradores com quem perdeu contato, embora esse número não tenha sido atualizado nas últimas horas.
Responsabilização e medidas emergenciais
A polícia de Hong Kong já detve três homens sob suspeita de homicídio culposo. Entre os presos estão dois diretores e um consultor de engenharia da empresa responsável pelas obras no edifício. A superintendência do caso identificou negligência grosseira no uso de materiais inflamáveis sem resistência adequada ao fogo.
Documentos foram apreendidos no escritório da construtora como parte das investigações. Paralelamente, o governo anunciou inspeções emergenciais em todos os conjuntos habitacionais em reforma e estuda restringir o uso de andaimes de bambu, substituindo-os por estruturas metálicas mais seguras.
Além das vítimas fatais, mais de 70 pessoas ficaram feridas, incluindo 11 bombeiros que atuavam no resgate. Cerca de 900 moradores foram levados para abrigos temporários após perderem suas casas no incêndio.
Esta tragédia representa o incêndio mais mortal em Hong Kong em décadas, superando em gravidade o desastre de 1996, quando 41 pessoas morreram em um prédio comercial de Kowloon.