
O bairro da Penha acordou em sobressalto nesta madrugada. Por volta das 3h30, labaredas altas como prédios de dois andares devoravam um galpão farmacêutico na Rua Uranos — e o cheiro de queimado se espalhava por quarteirões. Vizinhos relatam ter ouvido pequenas explosões, provavelmente de frascos de medicamentos sob calor extremo.
"Parecia um filme de ação", conta o motoboy Marcos Silva, 38, que passava pelo local. "A fumaça era tão densa que dava pra ver da Avenida Brasil, mesmo com a névoa da madrugada."
Operação complexa
Os bombeiros chegaram rápido — em menos de 15 minutos, segundo testemunhas — mas enfrentam um desafio digno de Hércules. Além do risco de desabamento parcial da estrutura, há preocupação com produtos químicos armazenados. Dois caminhões-pipa e seis viaturas trabalham no local, alternando estratégias entre jatos diretos e cortinas d'água para proteger imóveis vizinhos.
Até o momento, sabe-se que:
- Não há registro de vítimas — alívio num cenário que poderia ser trágico
- O depósito estaria fechado no horário do sinistro
- Equipes da Defesa Civil monitoram a qualidade do ar
Efeitos colaterais
Com o incêndio ainda não totalmente controlado (e olha que já se vão seis horas de combate), a região enfrenta:
• Trânsito caótico: três ruas próximas estão interditadas, criando um efeito dominó no fluxo matinal. Quem depende da Rua Saturno para trabalhar está tendo que dar voltas dignas de labirinto cretense.
• Preocupação ambiental: Especialistas temem contaminação do córrego próximo, já que a espuma usada no combate pode carregar resíduos medicamentosos. "É uma equação delicada", admite um tenente dos bombeiros, sob anonimato.
Enquanto isso, farmácias da região reportam corrida a antialérgicos e máscaras — ironia cruel num episódio que já seria suficientemente ruim sem esse detalhe.