
Era pra ser mais um dia normal naquela confecção de Taguai, interior de São Paulo. Mas o fogo resolveu escrever um capítulo diferente na história do local. Por volta das 10h desta segunda (18), as chamas começaram a devorar tecidos, máquinas e sonhos — tudo num piscar de olhos.
"A gente só ouviu um estalo e, quando viu, já estava tudo pegando fogo", contou um funcionário que preferiu não se identificar. O desespero foi geral. Alguns tentaram salvar o que podiam, outros correram para garantir a própria segurança. Difícil dizer o que foi pior: o calor das chamas ou a sensação de impotência.
Bombeiros no combate
Os heróis de vermelho chegaram rápido, mas não dá pra dizer que foi fácil. Quatro viaturas e uma equipe especializada suaram a camisa para domar o incêndio que teimava em se espalhar. "Trabalhamos com equipamentos pesados porque o risco de explosão era real", explicou um dos soldados, ainda com a farda suja de fuligem.
Duas horas. Foi quanto tempo levou para controlar o caos. Quando a fumaça baixou, o cenário era desolador:
- Máquinas de costura irreconhecíveis
- Pilhas de roupas prontas viraram cinza
- Estrutura do galpão comprometida
O dono do estabelecimento, abalado, calcula prejuízos que podem chegar a seis dígitos. "São anos de trabalho indo embora na fumaça", lamentou, esfregando os olhos vermelhos — não se sabe se pela fumaça ou pelas lágrimas.
O que causou?
Aí é que tá o mistério. A perícia técnica já está no local, revirando cada centímetro queimado em busca de respostas. As teorias variam:
- Curto-circuito no sistema elétrico
- Problema em alguma máquina superaquecida
- Falta de manutenção preventiva
Mas isso é só especulação. O oficial encarregado foi enfático: "Ainda é cedo para afirmar qualquer coisa. Vamos analisar cada detalhe". Enquanto isso, os funcionários ficam no limbo — sem saber quando (ou se) vão poder retomar o trabalho.
Moradores da região relataram ter visto uma coluna de fumaça tão densa que chegou a tapar o sol. "Parecia aqueles filmes de catástrofe, sabe? Só que era aqui do lado", comentou Dona Maria, aposentada que vive nas redondezas.
A Defesa Civil foi acionada e já vistoria os danos estruturais. O medo agora é que, com as chuvas previstas para esta semana, o que restou do telhado possa desabar. A rua continua interditada, e o cheiro de queimado persiste no ar — um lembrete amargo do que aconteceu.
Enquanto as investigações seguem, uma pergunta fica no ar: quantas pequenas empresas conseguirão se recuperar de golpes como esse? Num país onde o seguro é artigo de luxo, cada tragédia dessas pode ser o último capítulo de muitas histórias de empreendedorismo.