
Foi uma daquelas notícias que corre como um susto pela comunidade. Na calada da noite desta quarta-feira (24), o fogo decidiu visitar – e devastar – um dos cantinhos mais acolhedores do Distrito do Caja, em Caldas Brandão. A tapiocaria, que há anos era sinônimo de café quente, prosa boa e tapioca fresquinha, simplesmente não resistiu.
Parece que foi ontem que eu mesmo parei por lá, mas a realidade agora é outra: o que restou foram basicamente as lembranças e uma estrutura carbonizada. Os bombeiros, aqueles heróis de sempre, foram acionados por volta da 1h30 da madrugada. Imagina o susto de quem mora perto? O clarão no céu escuro devia ser assustador.
Eles chegaram lá e encontraram o lugar já praticamente tomado pelas chamas. Combater um incêndio desses, num local com tanto material inflamável, é uma luta contra o tempo. Trabalharam firme, mas a fúria do fogo já havia feito a parte mais triste do serviço. Quando finalmente conseguiram controlar a situação, por volta das 3h, já era tarde demais. A perda foi total, infelizmente.
Mais do que um comércio, uma referência
Aqui é que dói. Esse não era só um ponto comercial qualquer, entende? Era um pedaço da história do distrito. Um lugar onde as pessoas se encontravam, marcavam o seu ponto no dia a dia. O cheiro da massa de tapioca no início da manhã, o burburinho da galera... tudo isso virou fumaça. O prejuízo material é uma coisa, difícil, mas dá pra calcular. Já o vazio que fica na vida da comunidade, isso não tem preço.
O Corpo de Bombeiros já está na fase de investigar as causas. Eles são cautelosos, é claro, e não vão soltar nenhuma informação precipitada. Pode ter sido um curto-circuito, algo na instalação elétrica, quem sabe? Mas a verdade é que, no momento, o que importa é o baque. A dona do estabelecimento, coitada, deve estar arrasada. Ver anos de trabalho, suor e dedicação literalmente virando pó em questão de minutos... é de cortar o coração.
O que resta agora é a solidariedade. Num lugar pequeno como o Caja, todo mundo se conhece. É certeza que a comunidade vai se unir para tentar amenizar um pouco esse golpe tão duro. A tapiocaria vai fazer falta, e como vai. Mas a esperança – teimosa como sempre – é que das cinzas possa nascer algo novo, no futuro. Por enquanto, o sabor que fica é o da saudade.