
A vida, sabe como é? Às vezes nos prega sustos terríveis quando menos esperamos. Foi o que aconteceu na última segunda-feira, 29 de setembro, num cantinho do Maranhão que poucos conhecem, mas onde as histórias humanas doem igual.
Dona Maria Raimunda Santos — 73 anos de histórias, sorrisos e lutas — tentava fazer algo que, pra muitos de nós, seria simples: atravessar um riacho. Mas em Buriticupu, a realidade é outra. A ponte que existia? Sumiu. E o que restou foi uma solução improvisada, daquelas que fazem o coração apertar só de olhar.
O momento do desespero
Testemunhas contam que foi rápido demais. Um passo em falso, o equilíbrio que falhou, e Dona Maria caiu naquelas águas que, num piscar de olhos, se tornaram sua sentença. O pior é que isso aconteceu por volta das 7h da manhã — horário em que a vida deveria estar começando, não terminando.
O Corpo de Bombeiros chegou rápido, mas já era tarde. Quando resgataram seu corpo das águas, não havia mais o que fazer. Uma vida inteira encerrada num acidente que, francamente, poderia ter sido evitado.
O problema que todos veem e ninguém resolve
E aqui vem a parte que mais dói: essa tal ponte improvisada não era novidade nenhuma. Os moradores já vinham alertando sobre o perigo há tempos — aquela estrutura precária era a única opção para quem precisava chegar ao outro lado. Dá pra acreditar?
- Ponte original destruída há meses
- Improviso como "solução" permanente
- Alertas da comunidade ignorados
- E agora, uma vida perdida
Não é a primeira vez que acontece algo assim, mas todo mundo torce pra que seja a última. Só que torcer, infelizmente, não basta.
O que fica depois da tragédia
Enquanto a perícia técnica trabalhava no local — tentando entender os detalhes que já sabemos — os vizinhos se reuniam. Uns em choque, outros com aquela raiva morna de quem já previa o pior. "Eu avisei", dizia um senhor, as mãos trêmulas. "Sempre soube que ia acontecer uma desgraça dessas."
O corpo de Dona Maria foi levado para o Instituto Médico Legal de Santa Inês. Lá, os papéis serão assinados, as causas serão registradas, mas nada vai trazer de volta aquela senhora que só queria atravessar o rio.
E a tal ponte? Continua lá. Uma armadilha silenciosa esperando pela próxima vítima. Porque é assim — a gente só lembra da segurança quando o pior já aconteceu.
Será que precisava chegar a esse ponto? A pergunta fica no ar, amarga como o gosto da injustiça.