
Era uma tarde como qualquer outra no bairro tranquilo de Cametá, até que as chamas mudaram tudo. Por volta das 15h desta quarta (14), o fogo começou a devorar uma casa simples — justamente onde morava um senhor de 72 anos, cadeirante, que mal podia reagir.
"Parecia filme de ação, mas era a vida real", conta Maria Silva, vizinha que viu a fumaça subir. O herói? Um homem que preferiu não se identificar. Pulou muros, quebrou a porta e, mesmo com o calor insuportável, arrastou o idoso para fora como se fosse um pacote precioso.
Minutos de puro desespero
Detalhes que arrepiam:
- O assoalho já cedia quando o resgate aconteceu
- O cadeirante estava sozinho — família havia saído para comprar remédios
- Bombeiros chegaram em 8 minutos (eternidade numa emergência)
"A sorte é que o vizinho tava consertando o telhado e viu primeiro", explica o cabo Franco, dos bombeiros. E completa, com a voz ainda rouca da fumaça inalada: "Mais cinco minutos e... bom, melhor nem pensar".
Depois do caos
Na delegacia, enquanto registravam a ocorrência, descobriram a causa: um curto-circuito na geladeira velha — aquela que o dono sempre dizia que "tá ruim mas funciona". Ironia cruel.
O idoso, assustado mas são, foi levado para observação no Hospital Municipal. Os bombeiros fizeram campanha para arrecadar doações — a casa virou cinzas em questão de minutos. "Perdeu tudo, até a cadeira de rodas", lamenta uma voluntária.
E o herói anônimo? Sumiu. Só deixou um recado: "Fiz o que qualquer um faria". Mentira. Poucos teriam essa coragem.