
Era para ser uma quinta-feira como qualquer outra na Região Oceânica de Niterói. Mas o que aconteceu por volta das 10h da manhã do dia 14 de agosto de 2025 virou o bairro de cabeça para baixo — literalmente.
Um estrondo ensurdecedor. Depois, poeira. Muita poeira. Foi assim que os moradores do entorno perceberam que o impensável havia acontecido: um prédio de quatro andares simplesmente desapareceu do mapa, deixando no lugar apenas escombros e desespero.
O momento do desastre
"Pensei que fosse um terremoto", conta Maria das Graças, dona de uma padaria a duas quadras do local. "As prateleiras tremeram, vidros quebraram... Quando saí correndo pra rua, vi aquela nuvem de poeira subindo. Meu Deus, pensei: 'Dessa vez não...'".
Os bombeiros chegaram em menos de 8 minutos — tempo recorde para a região. Mas o que encontraram era digno de filme catástrofe: pilhas de concreto retorcido, vigas de ferro espetadas como agulhas e, no meio disso tudo, os gritos. Ah, os gritos...
As primeiras horas
- 12 vítimas resgatadas com vida (duas em estado grave)
- 3 corpos recuperados até o fechamento desta matéria
- Mais de 50 profissionais envolvidos nas buscas
- 5 cães farejadores trazidos do Rio
O prefeito Axel Grael não escondeu a comoção: "É um dia triste para Niterói. Estamos fazendo o impossível para salvar vidas e entender o que aconteceu". A declaração, é claro, veio entre um suspiro e outro — quem estava lá jurou ter visto lágrimas nos olhos do gestor.
O que se sabe até agora
Engenheiros que já vistoriaram o local apontam três possíveis causas (nenhuma delas animadora):
- Infiltrações crônicas que corroeram a estrutura
- Reforma irregular no térreo que removeu paredes portantes
- Combinação fatal: má qualidade do concreto + chuva dos últimos dias
Mas calma lá! A Defesa Civil ainda não confirmou nada. "É cedo para apontar culpados", ressalva o coordenador regional, evitando o sensacionalismo fácil que toma conta nessas horas.
Enquanto isso, no local...
Equipes trabalham contra o relógio. A cada hora que passa, as esperanças diminuem. Vizinhos oferecem água e comida aos bombeiros — pequenos gestos que falam mais que mil discursos. E no meio desse caos todo, uma cena que corta o coração: um cachorro, sujo de poeira, farejando os escombros. Procurava seu dono? Ninguém sabe. Mas ficou ali, firme, como se entendesse a importância daquela missão.
O que virá pela frente? Perguntas sem respostas, laudos técnicos, processos judiciais... Mas por hoje, o importante é uma coisa só: salvar quem ainda pode ser salvo.