Vários bairros da capital acreana enfrentam uma interrupção no fornecimento de água desde o início desta semana. O problema foi causado pelo rompimento de uma adutora na Avenida Brasil, nas proximidades do Terminal Urbano, no Centro de Rio Branco.
Bairros afetados e causa do problema
O serviço de água foi suspenso para os moradores dos bairros Cadeia Velha, Habitasa, parte do São Francisco e região. A falha no abastecimento começou a ser percebida na noite de domingo (30), quando uma queda na pressão da água foi registrada.
De acordo com Tarcíso Henrique, responsável pela obra do Serviço de Água e Esgoto (Saerb), a suspeita é de que o rompimento tenha ocorrido em um trecho antigo da rede, feita de ferro. "Já estamos aqui realizando a manutenção da rede", afirmou o representante da empresa.
Esforços de reparo e impactos no trânsito
Nesta terça-feira (2), equipes do Saerb continuam os trabalhos no local para consertar a ruptura. A expectativa da empresa é de que o serviço seja concluído ainda no mesmo dia, após às 16h, permitindo a normalização do abastecimento.
A obra de reparo, no entanto, gerou transtornos além da falta de água. A necessidade de intervir na via obrigou uma mudança no fluxo de ônibus no Terminal Urbano. Os coletivos da Plataforma C, com destino à Parte Alta de Rio Branco e regiões como Cadeia Velha, São Francisco e Baixada da Sobral, passaram a entrar no terminal pela Plataforma B.
Problema crônico no abastecimento
Este não é um incidente isolado na capital. Rio Branco sofre com intermitências no fornecimento de água ao longo do ano, independentemente das condições climáticas. A situação se agravou em 2024:
- Fevereiro: Um deslizamento de terra na captação da ETA I e problemas em uma bomba forçaram a interrupção do abastecimento em todos os bairros.
- Março: A captação da ETA II foi paralisada porque um flutuante virou devido à forte correnteza do Rio Acre.
- Abril: A captação na ETA I foi suspensa devido ao grande volume de balseiros no rio e aos altos níveis de turbidez (sujeira) na água, que dificultam o tratamento.
Naquele mesmo mês, a prefeitura prorrogou a situação de emergência na ETA II, pois os trabalhos de recuperação da estação não haviam sido finalizados. Do total de R$ 16,8 milhões previstos para a reforma, cerca de R$ 9,6 milhões já tinham sido liberados para a compra de equipamentos essenciais.
A chegada do período de chuvas (inverno amazônico) não foi suficiente para estabilizar o sistema, evidenciando a vulnerabilidade da infraestrutura de abastecimento de água que serve a população de Rio Branco.