Tragédia em SP: Funcionária de 51 anos morta no desabamento do Jamile será sepultada na Paraíba
Vítima de desabamento no Jamile será sepultada na PB

O coração aperta quando a gente pensa na cena. Uma segunda-feira comum, o movimento começando a esquentar no badalado Jamile, restaurante daquele chef famoso, o Fogaça. E de repente, o inesperado. O barulho ensurdecedor, a poeira subindo, o desespero tomando conta da Rua Bela Cintra, nos Jardins.

Maria da Conceição Silva, 51 anos, estava lá. Trabalhava como auxiliar de serviços gerais, uma daquelas pessoas que fazem a engrenagem girar nos bastidores, sabe? Sem alarde, sem holofotes. Mas essencial.

O retorno para casa, em uma viagem triste

Agora, ela faz uma última viagem. Desta vez, não é de ônibus convencional, infelizmente. O corpo de Maria segue para Sousa, na Paraíba, sua terra natal. Lá, onde cresceu, onde deixou amigos e histórias, será velada e sepultada.

Imagino a família recebendo essa notícia. O telefone toca, a voz do outro lado tenta ser suave, mas as palavras cortam como faca. "Sousa, PB" - essas duas palavrinhas no registro da ocorrência carregam um peso enorme. Representam o fim de uma jornada que começou no Nordeste e terminou de forma tão abrupta em São Paulo.

Os detalhes que doem

O desabamento aconteceu por volta das 11h30 de segunda-feira. O Corpo de Bombeiros foi acionado rapidamente, mas o que encontraram foi desolador. Dois andares simplesmente vieram abaixo. Maria estava no local errado, na hora errada.

Ela morava no Brás, outro ponto da cidade que nunca para. Trabalhava no Jamile desde 2022 - três anos construindo uma vida, fazendo planos, quem sabe. Agora, tudo interrompido.

O restaurante, é claro, está fechado. A prefeitura lacou o lugar e abriu um processo para investigar o que realmente aconteceu. Há suspeitas de que obras no andar superior possam ter causado o desabamento. Mas isso pouco importa para a família de Maria.

O silêncio que fala mais alto

O chef Fogaça ainda não se manifestou publicamente. Entende-se - deve estar em estado de choque. Imagine você, dono do estabelecimento, ver algo assim acontecer? É de cortar o coração.

Enquanto isso, a vida segue na movimentada região dos Jardins. Os pedestres passam, olham curiosos para o local cercado, alguns param para fotografar. A cidade não para, mesmo quando uma vida é interrompida.

Maria da Conceição Silva. Um nome comum, uma história comum, mas um fim que deveria ser incomum. Aos 51 anos, ela merecia estar planejando a aposentadoria, os netos, o descanso merecido. Em vez disso, sua jornada termina com uma viagem de volta às origens, em uma urna funerária.

A vida é assim, né? Frágil. Um dia você está lá, trabalhando, fazendo seus corres. No outro, vira estatística. Mas Maria era mais que isso - era filha, talvez mãe, amiga, colega de trabalho. Uma nordestina que veio tentar a vida na capital paulista e encontrou um destino cruel.