Acre: Oito servidores denunciam superintendente da RBTrans por assédio moral em Rio Branco
Acre: 8 servidores denunciam chefe por assédio moral

Era suposto ser apenas mais um dia comum no órgão de trânsito da capital acreana. Mas o ambiente na RBTrans de Rio Branco transformou-se num verdadeiro campo minado emocional. Oito servidores, cansados de meses—quiçá anos—de humilhação constante, resolveram romper o silêncio.

E não foi fácil, acreditem. Junharam coragem e formalizaram uma queixa grave no Ministério Público do Trabalho contra ninguém menos que o superintendente da autarquia, Raimundo Nonato Ferreira. As acusções? Assédio moral puro e duro.

Um padrão de humilhação

Os relatos são de cortar o coração. Funcionários sendo expostos ao ridículo na frente dos colegas, críticas destrutivas que beiram o pessoal, intimidação que não deixa margem para dúvidas—isso é assédio, ponto final. Uma das vítimas contou, com voz ainda trémula, que era constantemente alvo de gritarias e comentários degradantes. "Sinto-me um lixo quando saio dali", confessou.

E não para por aí. Outro servidor descreveu a sensação de estar numa "selva onde o predador tem cargo de chefia". Perseguição sistemática, cobranças impossíveis, isolamento profissional—a lista é longa e dolorosa.

O que diz a lei?

Do ponto de vista legal, a coisa é feia. Assédio moral é coisa séria no Brasil, viola princípios constitucionais básicos de dignidade e condições decentes de trabalho. A CLT e até a Constituição Federal não perdoam esse tipo de conduta—e o MPT tem poder de investigar e processar.

O procurador Lucas de Brito está com o caso em mãos. Ainda não há posicionamento formal, mas fontes próximas ao MP dizem que as evidências são "robustas e perturbadoras".

E o acusado?

Raimundo Nonato, o superintendente em questão, preferiu o silêncio. Não respondeu a contactos da imprensa e mantém-se hermético. A RBTrans, por sua vez, emitiu uma nota genérica dizendo que "apura todos os factos com rigor" e que "valoriza o bem-estar dos servidores".

Mas será suficiente? Duvido. Oito pessoas não falam por falar—e o trauma psicológico não some com uma nota de imprensa.

Enquanto isso, os servidores seguem apreensivos. Uns com medo de retaliação, outros esperançosos de que justiça seja feita. O clima no órgão? Tenso, muito tenso. E com razão.