
O mar, que tantas vezes traz alegria aos veranistas, mostrou sua face mais cruel neste fim de semana. Uma tragédia silenciosa e rápida tirou a vida de José Ribamar Silva, médico de 41 anos, durante o que deveria ser um momento de descontração na Praia do Coqueiro.
Parece que foi num piscar de olhos. Um banho de mar como tantos outros que ele já tinha dado ao longo da vida. Só que desta vez, as correntezas - aquelas traiçoeiras e quase invisíveis - resolveram mostrar sua força. E não deu tempo de reagir.
O Resgate que Chegou Tarde
Testemunhas contam que tudo aconteceu numa velocidade assustadora. Uma pessoa que estava na praia e preferiu não se identificar disse que "ele simplesmente sumiu. Foi como se o mar tivesse engolido ele de uma vez".
O Corpo de Bombeiros foi acionado imediatamente, mas sabe como é - nessas horas, cada minuto parece uma eternidade. Os mergulhadores vasculharam a área por quase meia hora até encontrarem o médico, que já estava inconsciente.
Uma Tentativa Desesperada de Salvar
Os socorristas tentaram de tudo, eu juro. Fizeram manobras de reanimação cardiopulmonar ali mesmo na areia, com o sol quente do Piauí batendo forte. Mas às vezes, a natureza é mais forte que qualquer técnica médica.
Transportaram ele correndo para o Hospital Regional de Parnaíba. Os médicos do plantão - colegas de profissão, imagine só - se desdobraram para reverter o quadro. Mas o afogamento já tinha causado danos irreversíveis.
Quem Era o Médico
José Ribamar não era apenas mais um número nas estatísticas. Natural de Teresina, ele construiu uma carreira dedicada à saúde - ironia do destino, não? Um homem que passou a vida salvando vidas, morto por uma força da natureza que não dá chances.
Ele estava visitando Luis Correia, aquela cidade litorânea que atrai tantos turistas com suas belezas naturais. Quem diria que um passeio inocente terminaria assim?
E agora? O caso foi registrado na Delegacia de Luis Correia como morte acidental. O IML já liberou o corpo para a família, que deve velá-lo em Teresina. Resta o consolo - se é que existe consolo numa hora dessas - de que pelo menos ele estava fazendo o que gostava: curtindo o mar.
Essa história serve de alerta para todos nós. O litoral piauiense é lindo, sem dúvida, mas esconde perigos que a gente nem sempre enxerga. Correntezas de retorno, aquelas que puxam para o alto mar, são silenciosas e mortais.
Talvez a lição que fique é: o mar merece respeito, sempre. Até dos que mais o amam.