
O mar, tão generoso em tantos dias, mostrou sua face mais cruel nesta semana no Recreio. Depois de três longos dias de uma angústia que parecia não ter fim, a família finalmente recebeu a confirmação que temia, mas que, de certa forma, já esperava: o corpo resgatado pelas equipes de resgate na quarta-feira (20) era mesmo do pescador Alessandro Rodrigues da Silva, de 38 anos.
Ele havia desaparecido nas águas geladas da segunda-feira (18), durante mais um dia de trabalho—aquele que, como tantos outros, começou antes do amanhecer mas que, desta vez, não teve o final feliz de sempre.
Os Bombeiros—cara, esses caras são heróis de verdade—não mediram esforços. Dois longos dias de buscas intensas, com mergulhadores especializados e um barco patrulhando a área onde Alessandro sumiu, perto da Praia do Pontal. Até que, finalmente, por volta das 15h de quarta, encontraram o corpo.
O Desespero da Espera
Imagina só a cena: a família lá, na beira da praia, esperando. Cada minuto parecia uma eternidade. Cada barco que se aproximava trazia um misto de esperança e medo. Até que a notícia chegou—e com ela, o desespero que só quem passa por uma perda assim consegue entender.
Eles confirmaram a identidade através das roupas—às vezes são os detalhes mais simples que carregam a dor mais profunda. O IML levou o corpo para os procedimentos de praxe, e a perícia técnica já foi acionada para tentar entender exatamente o que aconteceu naquele fatídico dia.
Um Alerta que Ecoa
Essa tragédia serve como um daqueles alertas silenciosos—e dolorosos—sobre os riscos que os trabalhadores do mar enfrentam todos os santos dias. O oceano é imprevisível, traiçoeiro mesmo nas horas mais calmas. E histórias como a do Alessandro nos lembram, brutalmente, do preço que muitos pagam para trazer o peixe pra nossa mesa.
O litoral carioca está de luto—e a comunidade de pescadores, especialmente. Resta agora a solidariedade, o apoio à família enlutada, e a reflexão sobre como podemos tornar essa profissão tão vital um pouco menos perigosa.