
Imagine colher uma verdura fresquinha no quintal, achando que vai preparar uma refeição saudável, e acabar no hospital em estado grave. Foi exatamente isso que aconteceu com quatro pessoas em Uberaba, Minas Gerais, e o vilão dessa história tem um nome que soa inocente: a tal da "falsa couve".
A coisa é séria mesmo. As vítimas ingeriram a planta pensando se tratar de couve comum, aquela que a gente usa no feijão, na feijoada, em tantos pratos do dia a dia. Só que essa impostora vegetal é, na verdade, uma espécie altamente tóxica conhecida cientificamente como Soliva sessilis.
Como identificar essa planta perigosa?
Olha, a diferença está nos detalhes. Enquanto a couve de verdade tem aquelas folhas grandes, arredondadas e um caule mais grosso, a falsa couve é mais baixinha, rasteira, com folhas bem recortadas - quase como se fossem rendadas. Ela cresce espontaneamente em terrenos, jardins, e é aí que mora o perigo: muita gente nem desconfia que não é couve.
Os sintomas da intoxicação não são brincadeira. As pessoas internadas em Uberaba apresentaram:
- Dificuldades respiratórias severas
- Alterações neurológicas preocupantes
- Comprometimento hepático (do fígado)
- Problemas renais
E olha que curioso: segundo os especialistas, o cheiro e o sabor são bem diferentes da couve comum. Mas aí, quando a pessoa percebe, já era - o estrago está feito.
O que fazer em caso de suspeita?
Primeira regra: na dúvida, não coma. Sério mesmo. Se você não tem certeza absoluta de que é couve, melhor deixar quieto. E se já comeu e começou a passar mal, corra para o hospital mais próximo - cada minuto conta nesses casos.
Os bombeiros de Uberaba já estão em alerta. Eles receberam um comunicado oficial do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Minas Gerais (CIATox-MG) orientando sobre os riscos dessa planta. A recomendação é clara: só consuma hortaliças de origem conhecida, de preferência aquelas que você mesmo plantou ou comprou em estabelecimentos confiáveis.
É uma daquelas situações que a gente pensa "nunca vai acontecer comigo", mas a realidade mostra que pode acontecer com qualquer um. Principalmente com quem tem o hábito - tão comum no interior - de colher verduras diretamente do pé, sem desconfiar que pode ter alguma intrusa no meio da horta.
O caso serve de alerta para toda a região do Triângulo Mineiro e, na verdade, para o Brasil inteiro. Afinal, quem nunca colheu uma folha aqui, outra ali, achando que era aquela verdura conhecida? Pois é, melhor olhar duas vezes antes de levar à boca.