As obras de reconstrução da ponte Juscelino Kubitschek, que liga os estados do Tocantins e Maranhão, atingiram 90% de conclusão, segundo informou o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) nesta quarta-feira (26). A estrutura desabou em dezembro de 2024 e deve ser entregue até o final de 2025, embora ainda não haja uma data exata definida.
A tragédia que precedeu a reconstrução
O colapso da ponte histórica ocorreu no dia 22 de dezembro de 2024, causando a morte de 14 pessoas. Até o momento, três indivíduos seguem desaparecidos: Salmon Alves Santos (65 anos), Felipe Giuvannuci Ribeiro (10 anos) e Gessimar Ferreira da Costa (38 anos), conforme dados da Marinha do Brasil.
O laudo final da Polícia Federal, concluído após mais de sete meses de investigação, apontou que o desabamento aconteceu devido à deformação do vão central provocada pelo excesso de peso dos veículos. O processo de colapso total durou aproximadamente 15 segundos, com o vão central caindo em menos de um segundo.
Entre os veículos que caíram no Rio Tocantins estavam carretas carregadas com defensivos agrícolas e ácido sulfúrico, materiais cuja retirada ainda não foi finalizada completamente.
Características da nova ponte
A nova estrutura que cruzará o Rio Tocantins terá 630 metros de extensão, 19 metros de largura e um vão livre de 154 metros. Diferente da antiga ponte construída na década de 1960, que media 533 metros, a nova obra contará com tecnologia avançada de monitoramento.
O investimento do Governo Federal para a reconstrução é de R$ 171,1 milhões. A ponte liga os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), sendo parte fundamental do trecho da BR-226.
Entre as melhorias implementadas na nova estrutura estão:
- Duas faixas de rolamento de 3,6 metros cada
- Dois acostamentos com três metros cada
- Barreiras de proteção do tipo New Jersey
- Dois passeios para pedestres
- Guarda-corpo em cada extremidade do tabuleiro
- Sistema de monitoramento de deformações e vibrações
Cronologia das obras
Após o desabamento, o que restava da estrutura original foi implodido no dia 2 de fevereiro, utilizando mais de 250 quilos de explosivos. Imediatamente após a implosão, teve início o processo de reconstrução que agora se aproxima da conclusão.
Os peritos da Polícia Federal utilizaram drones, scanners a laser e modelagem 3D para reconstruir digitalmente a cena do colapso, o que permitiu identificar com precisão as causas do acidente.
Apeso dos 90% de avanço nas obras, a travessia entre os dois estados continua representando um desafio logístico para moradores e comerciantes da região, que aguardam ansiosamente pela reabertura deste importante corredor rodoviário.