Corpo de entregador de 58 anos é encontrado no Rio Tietê após carro ser arrastado em Guarulhos
Corpo de entregador é encontrado no Tietê após temporal

O corpo de um motorista de 58 anos, que trabalhava como entregador, foi localizado pelo Corpo de Bombeiros na tarde desta sexta-feira, 19 de dezembro, no Rio Tietê. A vítima estava desaparecida desde a terça-feira, 16 de dezembro, quando seu veículo foi arrastado por uma forte enxurrada durante as chuvas que atingiram Guarulhos, na Grande São Paulo.

Busca e localização do corpo

Por volta das 13h50 de sexta-feira, os bombeiros receberam um chamado informando sobre a possível localização de um corpo no Rio Tietê. As equipes conseguiram acessar o cadáver às 14h30. O corpo foi encontrado na Marginal Tietê, sentido Brás, especificamente debaixo do acesso à Rodovia Presidente Dutra, próximo da Rua São Jorge, 777, no bairro do Tatuapé, Zona Leste da capital paulista.

Após o resgate, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde familiares confirmaram a identidade do entregador desaparecido.

O acidente e a tentativa de resgate

O incidente ocorreu na tarde de terça-feira, por volta das 17h30, no Jardim Santa Emília, em Guarulhos. O entregador estava trabalhando, realizando uma entrega na região, quando seu carro, um utilitário leve branco, foi surpreendido e arrastado pela correnteza. O veículo foi parar dentro do córrego Taboão, que deságua no Rio Tietê.

Testemunhas relataram ter visto duas pessoas dentro do carro no momento do acidente, o que levou os bombeiros a intensificarem as buscas inicialmente. Uma moradora que presenciou a cena contou que várias pessoas correram para tentar abrir a porta do veículo, que ficou parado perto de uma casa construída sobre o córrego. No entanto, quando conseguiram chegar ao carro, já não havia ninguém dentro.

Os trabalhos de busca foram retomados na quarta-feira, 17 de dezembro. Para facilitar as operações, os bombeiros utilizaram uma retroescavadeira para retirar lixo acumulado no córrego, uma prática que, segundo a prefeitura, é necessária devido ao descarte irregular de resíduos no local.

Problema estrutural e posicionamento da prefeitura

Moradores da Rua do Araújo, onde fica o córrego Taboão, apontaram que uma cerca de proteção de metal, que deveria separar a via do curso d'água, já estava caída há algum tempo, o que pode ter facilitado o acidente.

Em nota, a Prefeitura de Guarulhos afirmou que a rua possui "sistema de drenagem adequado", mas reconheceu um problema fundamental: "infelizmente, residências foram construídas sobre o córrego Taboão". A administração municipal explicou que essa ocupação irregular contribui para alagamentos, pois, em períodos de fortes chuvas, o aumento considerável do volume de água tem seu fluxo prejudicado pelas construções.

A prefeitura também informou que, por meio da Secretaria de Administrações Regionais (SAR), promove a limpeza periódica do córrego e das bocas de lobo, que integram o sistema de drenagem de águas pluviais.

Chuvas já causaram oito mortes no estado em dezembro

Com a confirmação desta morte, a Defesa Civil do Estado de São Paulo contabiliza agora pelo menos oito óbitos em decorrência das chuvas no início do mês de dezembro. As vítimas foram registradas em diferentes municípios, sob diversas circunstâncias relacionadas aos temporais.

O balanço oficial das mortes é o seguinte:

  • 10/12/25 - Campos do Jordão: homem morre em deslizamento.
  • 10/12/25 - São Paulo (Zona Leste): mulher morre com a queda de um muro.
  • 12/12/25 - Guarulhos: mulher é vítima de queda de árvore.
  • 13/12/25 - Juquitiba: homem morre por descarga elétrica.
  • 14/12/25 - Bauru: homem escorrega, cai no rio e é arrastado pela correnteza.
  • 16/12/25 - Ilhabela: homem morre soterrado após a queda de um muro.
  • 16/12/25 - Ilhabela: outro homem é arrastado pela correnteza.
  • 19/12/25 - São Paulo: entregador de 58 anos morre após cair no córrego em Guarulhos.

O caso do entregador em Guarulhos é mais um triste exemplo dos riscos impostos por eventos climáticos extremos em áreas urbanas com infraestrutura vulnerável ou ocupação irregular, exigindo atenção constante do poder público e da população.