
Numa manhã cinzenta que parecia como tantas outras, a rotina virou tragédia. Um caminhão, pesado como um prédio em movimento, tirou a vida de um trabalhador brasileiro que apenas seguia seu dia — como fazemos todos, sem imaginar que seria o último.
O acidente aconteceu numa daquelas estradas irlandesas onde o vento corta o rosto e a neblina esconde curvas perigosas. Testemunhas contam que foi rápido demais para reagir. Um instante de distração? Falha mecânica? As autoridades ainda investigam, mas a verdade é que uma família no Brasil agora chora um ente querido que cruzou o oceano em busca de melhores condições.
O preço da imigração
Não é a primeira vez — infelizmente nem a décima — que um acidente como esse ceifa a vida de um imigrante. O que dizer para quem deixa tudo pra trás e encontra a morte num asfalto estrangeiro? A comunidade brasileira na Irlanda está em choque, organizando vaquinhas online para repatriar o corpo e apoiar os familiares.
Detalhes cruéis: ele estava a pé, economizando no transporte. Trabalhava na construção, como tantos conterrâneos. Tinha planos de voltar, comprar um terreno, ver os filhos crescerem. Histórias que se repetem até virar estatística.
Segurança viária em questão
O local do acidente já teve outros episódios parecidos — e isso deveria acender alertas. Câmeras de segurança? Sinalização adequada? Fiscalização de caminhões? Perguntas que ficam no ar enquanto o silêncio ocupa o lugar de quem se foi.
Para piorar, o processo burocrático é um labirinto. Repatriar um corpo não é simples nem barato. Enquanto isso, nas redes sociais, amigos postam fotos e mensagens: "era o mais brincalhão da turma", "sempre ajudava os novatos", "deixou saudades que nem o mar daqui, largo e fundo".
Restam as condolências oficiais da embaixada, o protocolo a ser seguido, e uma sensação amarga de que poderia ter sido evitado. Quantos mais precisam morrer antes que estradas se tornem menos letais para quem só quer trabalhar?