Operação da Polícia Civil desmantela loja clandestina em Campinas e prende dono por adulteração de veículos | 410 peças apreendidas
Polícia apreende 410 peças em loja clandestina em Campinas

Imagine comprar um carro achando que é uma pechincha e depois descobrir que toda a identidade do veículo foi forjada? Pois é, essa era a especialidade de um estabelecimento nada honesto que funcionava às escondidas em Campinas. A Polícia Civil, num daqueles golpes de sorte que na verdade são fruto de muito trabalho de inteligência, fechou a casa.

E não foi pouco não. Foram nada menos que 410 peças de veículos apreendidas – motores, parachoque, painéis, você name it. Tudo isso espalhado por um galpão que mais parecia um quebra-cabeça de carros desmontados.

O dono do circo

O sujeito por trás de toda essa farra foi preso em flagrante. A acusação? Adulteração de identificação de veículo, um crime previsto no artigo 311 do Código Penal. Mas convenhamos, na prática, o que ele fazia era muito mais do que apenas riscar um número de chassi. Era uma reformulação completa da vida do automóvel.

A investigação – que começou com aquelas denúncias anônimas que a gente sempre torce para darem certo – mostrou que o local funcionava como uma espécie de hospital para carros doentes de origem. Carros roubados, furtados, com a história mais torta que rodovia de serra ganhavam uma nova identidade ali.

Como será que isso funcionava?

Bem, a polícia acredita que o esquema era bem estruturado. Os veículos chegavam desmontados, as peças eram espalhadas e depois remontadas conforme a encomenda. Um Lego do crime automotivo, basicamente. A perícia vai agora ter o trabalhão de descobrir a origem de cada uma daquelas 410 peças. É como juntar um quebra-cabeça de mil peças sem ter a imagem da caixa.

E olha, o problema não é pequeno. Esse tipo de atividade alimenta todo um ciclo do crime – desde o furto inicial até a venda para consumidores desavisados que, no final das contas, saem no prejuízo financeiro e ainda podem ter dor de cabeça com a justiça.

A operação foi realizada pelo DENATRAN de Campinas, que tem feito um trabalho silencioso mas constante no combate a esse tipo de delito. E desta vez, deu certo. Muito certo.

O que me faz pensar: quantos desses carros 'clonados' não estão por aí, circulando normalmente, com documentos perfeitos mas histórias completamente inventadas? É de dar arrepios.

O proprietário agora responde pelo que fez – e não vai ser pouco. Além da prisão em flagrante, ele encara um processo que pode render bastante tempo atrás das grades. Uma lição caríssima para quem achou que poderia brincar de Deus com o chassi dos outros.