
Eis que a Bahia vira o palco de uma revolução silenciosa — mas que vai fazer barulho no bolso do consumidor. A BYD, gigante chinesa de veículos elétricos, fincou suas bandeiras em Camaçari com uma fábrica que promete sacudir o mercado brasileiro. E olha que não é conversa fiada: até o fim de 2025, os primeiros modelos "made in Bahia" devem chegar às concessionárias.
Preço que não dá choque
Quem já torceu o nariz para carros elétricos por causa do preço salgado pode começar a repensar. A nova unidade — que ocupa um espaço equivalente a 280 campos de futebol — vai produzir baterias e montar veículos localmente. Traduzindo: menos impostos de importação, custos logísticos reduzidos e, claro, preços mais camaradas para o brasileiro.
"É uma virada de jogo", comenta um executivo que prefere não se identificar. "Quando você tira o freio dos impostos e junta com a escala de produção, a conta fecha de outro jeito."
Não é só carro
- Produção de baterias de fosfato de ferro (as tais LFP, que esquentam menos)
- Linha de montagem flexível para diferentes modelos
- Investimento inicial de R$ 3 bilhões — com promessa de triplicar
Curiosidade: a BYD já ultrapassou a Tesla globalmente em vendas de elétricos puros. E agora, com o pé na Bahia, quer repetir o feito por aqui. Será que as montadoras tradicionais estão preparadas para essa enxurrada?
O que esperar
Os primeiros da fila devem ser o Dolphin (um hatch compacto) e o Yuan Plus (SUV médio), ambos com autonomia que varia entre 300km e 500km — mais que suficiente para o dia a dia nas cidades brasileiras. Detalhe: a fábrica foi pensada para produzir até 150 mil unidades por ano quando estiver a pleno vapor.
E tem mais... A empresa garante que vai gerar 10 mil empregos diretos e indiretos. Na região, já se fala num "efeito dominó" para fornecedores e serviços locais. Resta saber se a mão de obra qualificada vai acompanhar o ritmo.
Uma coisa é certa: com a chegada da BYD, o jogo dos elétricos no Brasil acaba de virar. E dessa vez, parece que o consumidor sai ganhando.