Era uma crise que parecia esquecida, mas as marcas ainda estão lá — nas crianças que nasceram com microcefalia, nas famílias que tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo. Agora, quase uma década depois do caos, vem uma notícia que pode trazer algum alívio.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, assinou nesta semana a autorização para o pagamento de indenizações às vítimas do vírus Zika. Não é fortuna, mas é reconhecimento — um aceno do Estado dizendo "a gente errou, e aqui está nossa tentativa de reparar".
Quem pode receber?
Os critérios são claros, mas exigem atenção:
- Crianças diagnosticadas com Síndrome Congênita do Zika (aquelas que nasceram com microcefalia ou outras complicações neurológicas)
- Famílias que comprovem gastos médicos extraordinários
- Casos registrados entre 2015 e 2016, auge da epidemia
O valor? Bem, varia. Tem casos que podem chegar a R$ 100 mil, mas a média fica na casa dos R$ 30 mil. Não é uma loteria — é o cálculo frio de quanto custou (e ainda custa) cuidar dessas crianças especiais.
O processo burocrático
Ah, a papelada! Quem já lidou com o governo sabe como é. Dessa vez, prometem agilidade:
- Reúna todos os exames médicos — quanto mais completo, melhor
- Registre-se no site do Ministério da Saúde (vai precisar de CPF e comprovante de residência)
- Aguarde a análise, que deve levar até 60 dias
"Mas e se eu não tiver internet?" Calma, dá pra ir pessoalmente nas unidades de saúde de referência. Demora mais? Sem dúvida. Mas o importante é que o direito está garantido.
Dino foi enfático: "Essa medida não apaga o sofrimento, mas é nosso dever moral". E de fato, olhando para trás, quantas falhas no combate ao mosquito, quanta desinformação... Agora é virar a página com justiça — ainda que tardia.
