Santa Casa de Itapeva em colapso: UTI com mais de 90% de ocupação e filas intermináveis
Santa Casa de Itapeva com UTIs 90% ocupadas em crise hospitalar

A situação na Santa Casa de Misericórdia de Itapeva é de cortar o coração. Quem passa por lá hoje se depara com um cenário que mais parece filme de desastre: corredores abarrotados, profissionais de saúde correndo de um lado para outro e aquela sensação angustiante de que o sistema está à beira do colapso.

Números que assustam

Pois é, os dados não mentem - e são alarmantes. A unidade de terapia intensiva (UTI) está com mais de 90% dos leitos ocupados, um número que deixaria qualquer gestor de saúde com os cabelos em pé. E olha que não estamos falando de um grande centro urbano, mas sim de uma cidade do interior paulista.

"A gente trabalha no limite, literalmente", desabafa uma enfermeira que preferiu não se identificar. "São plantões exaustivos, decisões difíceis e aquela sensação constante de que poderíamos fazer mais... se tivéssemos condições."

Efeito dominó na saúde

O problema não para na UTI. Com a alta ocupação nas unidades críticas, outros setores acabam sofrendo um efeito dominó:

  • Pacientes que precisariam de observação mais rigorosa ficam em leitos comuns
  • Cirurgias eletivas são adiadas (de novo!)
  • O pronto-socorro vira um verdadeiro campo de batalha

E tem mais: segundo relatos, alguns pacientes chegam a esperar mais de 24 horas por um leito. Imagina você ou um familiar nessa situação? Dá um nó no estômago só de pensar.

Por que chegamos a esse ponto?

Bom, aí a coisa complica. Não existe uma resposta simples, mas sim um coquetel explosivo de fatores:

  1. Aumento sazonal de doenças respiratórias (e não, não é só COVID)
  2. Demanda reprimida de outros municípios da região
  3. Falta crônica de investimentos na rede pública
  4. Dificuldade em contratar profissionais especializados

"É como enxugar gelo", comenta um médico que atua no local há 15 anos. "Você resolve um problema, aparecem outros três. E a população que precisa de atendimento não para de crescer."

Enquanto isso, nas redes sociais, os relatos se multiplicam. Tem gente contando que ficou mais de dois dias numa maca no corredor. Outros descrevem a angústia de ver idosos esperando atendimento sentados em cadeiras plásticas. Situações que, convenhamos, não deveriam acontecer em pleno 2025.

E agora?

A Secretaria Municipal de Saúde prometeu medidas emergenciais, incluindo a abertura de leitos extras. Mas os profissionais da Santa Casa sabem que soluções paliativas não resolvem o problema de fundo.

"Precisamos de um plano sério para a saúde pública na região", cobra uma assistente social. "Não adianta tapar o sol com a peneira. Ou investimos de verdade, ou vamos continuar nesse ciclo vicioso."

Enquanto as soluções não vêm, os corredores do hospital seguem lotados, os profissionais seguem sobrecarregados e os pacientes seguem esperando. Uma equação triste que, infelizmente, se repete em muitas cidades do Brasil.