Pacientes graves no RS enfrentam espera de mais de 90 dias por transferência em Porto Alegre
Pacientes graves esperam mais de 90 dias por transferência no RS

Imagine ter uma condição de saúde grave — daquelas que não podem esperar — e ouvir que sua transferência para um hospital especializado vai demorar três meses. Pois é, essa não é uma realidade distante, mas o cenário atual que pacientes do interior do Rio Grande do Sul enfrentam para conseguir atendimento em Porto Alegre.

O sistema, que já vinha dando sinais de cansaço, parece ter atingido um ponto crítico. Não se trata apenas de números ou estatísticas: são vidas penduradas em uma fila que não avança. Familiares desesperados, médicos frustrados e um tempo que insiste em passar.

O que está por trás da demora?

Não é segredo para ninguém que a saúde pública no Brasil sofre — e muito. Mas aqui no RS, a situação ganha contornos dramáticos. A Central de Regulação estadual, responsável por gerenciar essas transferências, simplesmente não consegue dar vazão à demanda.

Alguns fatores contribuem para esse colapso silencioso:

  • Falta de leitos especializados
  • Sobrecarga de hospitais de referência
  • Deficiência na infraestrutura de saúde no interior
  • E, claro, aquele velho fantasma: a falta de investimento contínuo

Não é exagero dizer que a situação beira o insustentável. Enquanto isso, pacientes com câncer, doenças cardíacas severas e condições neurológicas complexas seguem esperando. E esperando.

E as consequências?

Bem, elas são tão previsíveis quanto tristes. Com a demora, quadros que poderiam ser estabilizados se agravam. Muitos pacientes — pasmem — acabam retornando para casa sem o tratamento necessário, porque simplesmente não suportam esperar na fila.

É um daqueles casos em que a burocracia e a falta de recursos falam mais alto que a urgência médica. E olha que estamos falando de vidas, não de números em uma planilha.

Ah, e tem mais: mesmo quando a transferência finalmente é autorizada, não significa que o paciente será atendido imediatamente. Aí começa outra espera — dessa vez, por uma vaga na unidade de destino. É espera em cima de espera.

Existe solução?

Difícil dizer. O governo do estado alega que está trabalhando para ampliar a capacidade de atendimento, mas é aquela história: entre o discurso e a prática, existe uma fila de três meses.

Enquanto medidas efetivas não são implementadas, o que resta é cruzar os dedos e torcer para que o pior não aconteça. Porque no jogo da saúde, tempo é algo que ninguém tem de sobra.

E você, o que pensa sobre isso? Até quando vamos aceitar que pessoas em situação vulnerável fiquem à mercê de um sistema que não consegue responder?