
E lá vai ele de novo, cortando as águas barrentas do Tapajós como um verdadeiro anjo da guarda fluvial. O Navio-Hospital Abaré, essa espécie de UTIE sobre as ondas, acaba de zarpar para mais uma missão épica - desta vez rumo a Aveiro, no oeste do Pará.
Imagina só: 12 dias de uma jornada médica que promete revolucionar a vida de quem vive isolado nos confins da floresta. A bordo, uma equipe de 25 profissionais de saúde dispostos a fazer milagres com estetoscópios e muita, muita vontade.
O que esperar dessa expedição?
Ah, não é pouco não! A lista de serviços é tão extensa que dá até vertigem:
- Consultas médicas gerais (daquelas que faltam tanto no interior)
- Procedimentos cirúrgicos menores - sim, cirurgias a bordo!
- Atendimento odontológico completo (inclusive extrações)
- Vacinação contra tudo quanto é tipo de doença
- Exames laboratoriais rápidos
- Distribuição de medicamentos gratuitos
E o melhor? Tudo de graça, como deveria ser sempre mas quase nunca é.
Números que impressionam
Desde que começou sua saga pelos rios em 2006, o Abaré já acumulava números dignos de recorde: mais de 200 mil atendimentos realizados. Agora, soma mais 12 dias de trabalho intenso - uma verdadeira maratona de saúde fluvial.
O projeto é uma parceria daquelas que restauram a fé na humanidade: Projeto Saúde e Alegria, Ministério da Saúde e Governo do Estado do Pará, todos remando na mesma direção.
Pra quem não conhece, Aveiro fica a uns 300 km de Santarém - distância que no asfalto seria tranquila, mas na Amazônia vira uma expedição logística complexa. As comunidades ribeirinhas da região vivem praticamente isoladas, dependendo dessas iniciativas para ter acesso a cuidados básicos de saúde.
O Abaré não é só um barco, é um símbolo de resistência. Uma prova de que, mesmo nos lugares mais esquecidos pelo poder público, ainda existe esperança de cuidado e dignidade. E enquanto ele navegar, muitas vidas seguirão sendo transformadas pelas águas amazônicas.