
O cenário é preocupante, pra dizer o mínimo. Enquanto a população de São Paulo segue sua rotina, uma ameaça silenciosa ronda estabelecimentos comerciais — bebidas que, em vez de alegria, podem levar à morte.
O governador Tarcísio de Freitas foi direto ao ponto numa coletiva que deixou todos atentos. "Não há nenhum indício", afirmou com convicção, "que aponte para a participação do PCC nesses casos de intoxicação por metanol". A declaração joga por terra especulações que circulavam nas redes sociais.
O que realmente está por trás das contaminações?
A hipótese que ganha força entre investigadores é bem mais prosaica, mas não menos perigosa: a adulteração de bebidas para aumentar o volume — e claro, o lucro. Alguém, em algum lugar, está colocando vidas em risco por alguns reais a mais.
Os números assustam. Só na capital paulista, já são 17 casos confirmados de intoxicação por metanol. Desses, quatro evoluíram para o pior desfecho possível. A Secretaria de Saúde está em estado de alerta, monitorando qualquer nova ocorrência que possa surgir.
Uma questão de química mortal
O metanol não é brincadeira. Enquanto o etanol — o álcool das bebidas comuns — é metabolizado pelo organismo sem maiores problemas em quantidades moderadas, o metanol é uma substância completamente diferente. O corpo humano o transforma em ácido fórmico, que pode causar cegueira permanente e, nos casos mais graves, levar ao óbito.
E o pior? Muitas vítimas só percebem que foram contaminadas quando já é tarde demais. Os sintomas iniciais são enganosamente comuns: dor de cabeça, tontura, náusea. Só depois vem a parte mais grave.
O que as autoridades estão fazendo?
O governo estadual acionou todo seu aparato. A vigilância sanitária está nas ruas, coletando amostras e rastreando a origem dos produtos contaminados. A Polícia Civil, por sua vez, segue as pistas que podem levar aos responsáveis por essa adulteração criminosa.
Enquanto isso, a população fica no limbo — sem saber se aquela bebida que comprou no boteco da esquina ou mesmo em estabelecimentos maiores pode esconder esse perigo invisível.
O recado das autoridades é claro: desconfie de bebidas com preços suspeitamente baixos ou com embalagens que parecem ter sido violadas. Melhor prevenir do que remediar — especialmente quando a "cura" pode não existir.