O cheiro da terra molhada mistura-se com o aroma de químicos no ar — uma realidade que muitos trabalhadores rurais de São Francisco de Itabapoana conhecem bem. E é justamente essa rotina perigosa que a Secretaria Municipal de Saúde quer transformar.
A partir desta segunda-feira, o município acorda para uma iniciativa que, francamente, já deveria ser padrão em todas as regiões agrícolas. Uma campanha preventiva sobre o uso de agrotóxicos está sendo lançada, e não se trata apenas de distribuir panfletos. É algo mais profundo.
Proteção para quem alimenta o país
Imagine trabalhar o dia inteiro exposto a substâncias que podem intoxicar seu corpo lentamente. Pois é, essa é a vida de muitos agricultores da região. A campanha chega como um socorro — talvez tardio, mas urgente.
Os números assustam: intoxicações por agrotóxicos não são raras no Norte Fluminense. E o pior? Muitos casos nem chegam aos registros oficiais. Os trabalhadores simplesmente aceitam mal-estares como "parte do trabalho".
O que muda na prática?
- Orientação direta no campo — não só na teoria, mas mostrando na prática como usar equipamentos de proteção
- Reconhecimento de sintomas — porque muitas vezes o enjoo passageiro pode ser sinal de algo grave
- Canais de ajuda — para que ninguém sofra em silêncio por medo ou desconhecimento
E olha, tem um detalhe importante: a campanha não vem para demonizar os agrotóxicos — até porque, convenhamos, a agricultura moderna ainda depende deles. A questão é o uso consciente. É a diferença entre remédio e veneno está na dose, certo?
Um problema de saúde pública
O que pouca gente percebe é que isso não afeta apenas quem está no campo. Os resíduos podem chegar até nossa mesa — mas isso é conversa para outro dia. No momento, o foco é proteger vidas.
Os agentes de saúde estarão percorrendo propriedades rurais, conversando cara a cara com quem realmente entende da terra. E sabe o que é mais interessante? Muitos agricultores mais antigos têm receios — alguns acham que equipamento de proteção é "frescura", outros temem que a fiscalização venha para multar.
Mas a abordagem é diferente: educar, não punir. Conscientizar, não amedrontar.
A verdade é que São Francisco de Itabapoana dá um passo importante. Um passo que deveria ser replicado por todos os municípios onde a agricultura movimenta a economia. Porque cuidar de quem produz nosso alimento não é luxo — é necessidade básica.
E você, já parou para pensar de onde vem a comida no seu prato? Pois é, talvez seja hora de valorizar mais essas mãos que cultivam — e garantir que elas permaneçam saudáveis.
