
A coisa ficou feia, muito feia mesmo. São Paulo virou palco de uma caçada implacável — e não é exagero — contra bebidas que estão envenenando a população. A Vigilância Sanitária municipal, que já estava de olho, agora apertou o cerco de forma dramática.
E olha, os números assustam: desde o começo do ano, 56 casos de intoxicação por metanol foram confirmados só na capital. Vinte e uma pessoas não resistiram. Vinte e uma! É gente que saiu para beber um traguito e não voltou para casa.
O veneno disfarçado de bebida
O metanol é traiçoeiro. Parece álcool comum, mas é um veneno puro. O corpo até tenta processar, mas o resultado é ácido fórmico — sim, a mesma coisa que tem em formiga — que destrói o sistema nervoso, cega, e pode matar em poucas horas.
E onde está esse perigo? Principalmente naquela cachaça de procedência duvidosa, vodkas suspeitas e drinks baratos. A fiscalização já apreendeu mais de 1,3 mil litros dessas poções mortais. É tanto produto confiscado que dá até vertigem.
Antídoto corre contra o tempo
Enquanto isso, em Brasília, o Ministério da Saúde entrou em modo emergência. Distribuiu 240 frascos de fomepizol — o antídoto específico — para o estado de São Paulo. Cada frasco custa uma pequena fortuna, algo em torno de R$ 4 mil.
Mas a burocracia, ah, a burocracia... O tratamento completo precisa de no mínimo 4 frascos por paciente. Faz as contas: a matemática não fecha para todos. É uma corrida contra o relógio com obstáculos de papelada e orçamento.
Sinais de alerta que podem salvar vidas
- Visão embaçada ou turva — as coisas ficam esfumaçadas
- Dor de cabeça que não passa com remédio comum
- Tontura que derruba, náuseas violentas
- Confusão mental — a pessoa fica 'fora do ar'
- Em casos graves, convulsões e perda de consciência
Se aparecer qualquer um desses depois de beber, corra para o hospital. Não espere, não tome café, não tente 'curar' em casa. Cada minuto conta.
O que fazer na hora H?
- Não entre em pânico — mas aja rápido como um raio
- Vá direto para emergência — não adianta posto de saúde
- Leve a bebida suspeita — se possível, a embalagem ajuda nos testes
- Conte tudo — não omita que bebeu, os médicos não são polícia
Parece óbvio? Você se surpreenderia com quantas pessoas tentam esconder o consumo por vergonha ou medo. Um erro que pode custar caro.
Enquanto escrevo isso, os fiscais continuam batendo de porta em porta em bares, mercadinhos e adegas. É uma guerra silenciosa contra um inimigo invisível. E você, leitor, pode ser a próxima linha de defesa — prestando atenção no que coloca no copo, questionando preços milagrosos, desconfiando daquela garrafa sem rótulo.
No fim das contas, a história se repete: o barato sai caro, muito caro. E às vezes, paga-se com a vida.