Bebê recebe tratamento inédito de R$ 7 milhões pelo SUS em Campinas
Bebê recebe tratamento de R$ 7 mi pelo SUS em Campinas

O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, em Campinas, fez história esta semana ao realizar a primeira aplicação de um medicamento de alto custo — no valor de R$ 7 milhões — em um bebê diagnosticado com Atrofia Muscular Espinhal (AME). O procedimento foi realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo, marcando um avanço significativo no tratamento de doenças raras no Brasil.

O que é AME e por que o tratamento é tão caro?

A Atrofia Muscular Espinhal é uma doença genética rara que afeta os neurônios motores, levando à perda progressiva de movimentos e, em casos graves, à morte precoce. O medicamento aplicado, conhecido como Zolgensma, é uma terapia genética de dose única que pode interromper a progressão da doença.

Por que o preço é tão elevado?

  • Desenvolvimento tecnológico complexo
  • Pesquisas clínicas demoradas e custosas
  • Tratamento de dose única com efeito prolongado
  • Poucos pacientes elegíveis mundialmente

Como o SUS conseguiu viabilizar o tratamento?

A incorporação do medicamento pelo SUS foi possível após:

  1. Negociações intensas com a indústria farmacêutica
  2. Pressão de associações de pacientes
  3. Decisões judiciais favoráveis
  4. Comprometimento do governo estadual

O HC da Unicamp foi escolhido como centro de referência para a aplicação devido à sua expertise no tratamento de doenças neuromusculares e estrutura de ponta.

Impacto na vida do bebê e da família

A família do paciente, que preferiu não se identificar, relatou esperança renovada após o tratamento. "Sabemos que é um privilégio ter acesso a esse medicamento pelo SUS. Agora nosso filho tem chance de um desenvolvimento quase normal", disse a mãe emocionada.

Médicos envolvidos no caso estimam que o bebê poderá alcançar marcos importantes do desenvolvimento motor que seriam impossíveis sem o tratamento.

O que isso significa para o futuro do SUS?

Este caso estabelece um precedente importante para:

  • Tratamento de outras doenças raras no sistema público
  • Negociação de preços com farmacêuticas
  • Distribuição equitativa de tecnologias em saúde
  • Investimento em centros de excelência

Especialistas em saúde pública destacam que, apesar do custo elevado, o tratamento pode representar economia a longo prazo ao reduzir hospitalizações e necessidades de cuidados especiais.