Bauru despenca no ranking de saneamento básico: entenda o que está por trás da queda
Bauru cai para 81º em ranking de saneamento básico

Pois é, galera. Bauru — aquela cidade do interior paulista famosa pelo sanduíche — acaba de levar um tombo feio no Ranking do Saneamento Básico 2025. Caiu para o 81º lugar nacional, um tropeço e tanto se comparado aos anos anteriores. E olha que a gente nem tá falando de degrau pequeno: foram 15 posições a menos desde o último levantamento.

Os números, divulgados pelo Instituto Trata Brasil, mostram um cenário preocupante. Enquanto cidades como Santos e Curitiba avançam a passos largos, Bauru parece estar patinando na lama — literalmente. Só pra você ter ideia:

  • Apenas 68% da população tem acesso à coleta de esgoto
  • Quase 30% da água tratada se perde em vazamentos (dinheiro literalmente indo pelo ralo)
  • O índice de tratamento de esgoto não chega a 60%

O que explica essa queda livre?

Conversando com especialistas, a situação fica mais clara — e mais assustadora. "É o efeito dominó da falta de investimentos", explica o engenheiro sanitarista Carlos Mendonça, que acompanha o caso há anos. "Quando você negligencia manutenção básica por uma década, o colapso vem em cascata."

E não é como se faltassem avisos. Desde 2020, relatórios internos da Sabesp apontavam:

  1. Redução progressiva nos investimentos em tubulações
  2. Envelhecimento da rede sem reposição adequada
  3. Expansão urbana desordenada sem planejamento sanitário

O pior? Isso tudo acontece num momento em que a região enfrenta crises hídricas recorrentes. "Estamos desperdiçando água em vazamentos enquanto moradores sofrem com rodízios", dispara a vereadora Ana Lúcia (PSDB), que já protocolou três requerimentos sobre o tema.

Efeitos na saúde pública

Quem pensa que saneamento é só "coisa de encanamento" precisa ver os prontuários dos postos de saúde. Entre 2023 e 2025, os casos de:

  • Diarreia infantil subiram 22%
  • Dermatites por contato com esgoto aumentaram 17%
  • Dengue explodiu nos bairros periféricos

"É matemática básica", resume a Dra. Fernanda Campos, infectologista do Hospital Estadual. "Falta de saneamento iguala a mais doenças, mais gastos públicos e menos qualidade de vida."

Enquanto isso, na prefeitura, o discurso é de "tudo sob controle". O secretário municipal de Infraestrutura prometeu "reverter o quadro em 18 meses" com um pacote de obras — mas os detalhes são tão nebulosos quanto a água de alguns córregos locais.