
Parece que o tempo parou para o saneamento básico no Brasil. Enquanto discute-se inteligência artificial e carros voadores, 34 milhões de brasileiros — sim, você leu certo — ainda vivem como no século XIX, sem acesso à água tratada. É como se o progresso tivesse simplesmente ignorado essa parcela da população.
Os dados são da Confederação Nacional da Indústria e pintam um quadro desolador. Desde 2019, o país praticamente estagnou. Zero evolução. Nada. Nada mesmo.
Os Números que Envergonham
Quase 16% dos lares brasileiros dependem de poços, caminhões-pipa ou — pasmem — rios e nascentes para sobreviver. A região Norte é a mais castigada: lá, a situação beira o desumano, com 40% das residências nessa precariedade total.
E não pense que o esgoto está melhor. Quase 90 milhões de pessoas não têm coleta adequada. Noventa milhões! É muita gente convivendo com fossas improvisadas — quando têm alguma coisa — e valas a céu aberto.
Por Que Isso Acontece?
Ah, aí entramos no campo das promessas não cumpridas. O Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020, prometia universalizar os serviços até 2033. Mas a realidade mostra que o ritmo atual é de tartaruga com bengala. Lento demais.
Investimentos? Insuficientes. Fiscalização? Frouxa. Prioridade política? Quase inexistente. É um daqueles problemas que todo mundo reconhece, mas ninguém resolve de verdade.
As Consequências que Ninguém Quer Ver
Crianças com diarreia. Idosos internados. Doenças que deveriam estar erradicadas voltando com força total. O custo humano é imensurável — e o financeiro também pesa nos cofres públicos, com gastos hospitalares que poderiam ser evitados.
Sem falar no impacto ambiental. Rios transformados em esgotos a céu aberto, contaminando solos e tornando a vida insustentável nas periferias.
O Brasil precisa acordar. Urgentemente. Saneamento não é luxo — é direito básico, é saúde, é dignidade. E 34 milhões de pessoas não podem mais esperar.