
Parece que virou moda marcar consulta e depois dar um belo de um 'furo' no sistema de saúde. Só em Presidente Prudente, a situação já beira o absurdo — e olha que nem estamos falando de números anuais, mas apenas do que aconteceu de janeiro a agosto deste ano.
O Ambulatório Médico de Especialidades (AME) local registrou nada menos que 16.361 ausências em consultas já agendadas. É um número que dá até vertigem. Se parar para pensar, são centenas de pessoas deixando de ser atendidas toda semana, enquanto outras tantas esperam meses por uma vaga.
O prejuízo vai além dos números
Cada falta dessas representa muito mais do que apenas uma cadeira vazia no consultório. É tempo de médico desperdiçado, é equipamento ocioso, é dinheiro público literalmente jogado fora. E o pior: é alguém que poderia estar sendo atendido naquela vaga.
Eu me pergunto: será que as pessoas têm noção do estrago que uma simples falta não justificada pode causar? O sistema já está tão sobrecarregado, e aí temos esse tipo de situação que só piora tudo.
As especialidades mais afetadas
Algumas áreas sofreram mais que outras com esse problema. As consultas com:
- Ortopedistas
- Oftalmologistas
- Dermatologistas
- Cardiologistas
foram as que tiveram maior índice de ausências. Justamente especialidades onde a demora por atendimento costuma ser maior. Ironia do destino, não?
E não pense que é só questão de esquecimento. Muitos pacientes simplesmente não aparecem e nem se dão ao trabalho de cancelar. É como se a vaga no sistema público fosse algo descartável.
O que pode ser feito?
Algumas medidas já estão sendo discutidas para tentar reverter esse cenário. A secretária municipal de Saúde, Gisele Fantin, mencionou a possibilidade de implementar um sistema de confirmação de consultas por WhatsApp. Parece uma ideia simples, mas pode fazer uma diferença enorme.
Também se fala em criar uma lista de espera ativa, onde pacientes que estiverem disponíveis possam assumir vagas de última hora. Afinal, melhor ter alguém sendo atendido do que deixar o consultório vazio.
Mas sinceramente? Acho que falta conscientização. As pessoas precisam entender que o SUS — com todos seus defeitos — é um patrimônio nosso. E que cada falta injustificada é um tiro no pé de toda a comunidade.
Enquanto isso, os números seguem assustadores: mais de 16 mil oportunidades de cuidado perdidas em apenas oito meses. É de fazer qualquer um refletir sobre a responsabilidade de cada um de nós na manutenção do sistema que, no fim das contas, é de todos.