
No universo dos colecionáveis, os bebês reborn ganharam destaque como objetos de desejo para milhares de pessoas. Essas bonecas hiper-realistas, feitas à mão com detalhes impressionantes, simulam recém-nascidos de forma quase indistinguível da realidade. Mas até que ponto essa paixão pode se tornar um problema psicológico?
A Linha Tênue Entre Hobby e Obsessão
Segundo o psiquiatra Joel Rennó Jr., professor da USP, o comportamento em relação aos reborns pode revelar muito sobre a saúde mental dos colecionadores:
- Uso terapêutico: Muitas mulheres que perderam filhos ou não podem conceber encontram conforto emocional nas bonecas
- Isolamento social: Alguns casos mostram pessoas que abandonam relações reais para se dedicar exclusivamente às "crianças" de silicone
- Gastos excessivos: Com preços que podem ultrapassar R$ 10 mil, a compulsão por adquirir novos reborns já causou rombos financeiros
Quando Procurar Ajuda?
Os especialistas alertam para sinais de que o hobby ultrapassou limites saudáveis:
- Substituição de interações humanas por cuidado com as bonecas
- Sofrimento ao se separar dos objetos, mesmo brevemente
- Compulsão por adquirir cada vez mais peças, prejudicando finanças
- Crença genuína de que as bonecas são seres vivos
"O problema não está no objeto em si, mas no significado que ele assume na vida da pessoa", explica a psicóloga Mariana Silva, especialista em dependências emocionais.
O Mercado dos Bebês Artificiais
O fenômeno movimenta uma indústria milionária no Brasil, com:
- Ateliês especializados em grandes cidades como São Paulo e Rio
- Feiras temáticas que reúnem milhares de entusiastas
- Comunidades online com relatos emocionais sobre "maternidade reborn"
Enquanto alguns defendem os benefícios terapêuticos, outros especialistas veem riscos na intensificação desse fenômeno na era das redes sociais, onde a busca por aceitação pode agravar comportamentos obsessivos.