Bebês Reborn: Quando o Amor por Bonecas Vira um Transtorno Mental?
Bebês Reborn: Quando o hobby vira transtorno?

No universo dos colecionáveis, os bebês reborn ganharam destaque como objetos de desejo para milhares de pessoas. Essas bonecas hiper-realistas, feitas à mão com detalhes impressionantes, simulam recém-nascidos de forma quase indistinguível da realidade. Mas até que ponto essa paixão pode se tornar um problema psicológico?

A Linha Tênue Entre Hobby e Obsessão

Segundo o psiquiatra Joel Rennó Jr., professor da USP, o comportamento em relação aos reborns pode revelar muito sobre a saúde mental dos colecionadores:

  • Uso terapêutico: Muitas mulheres que perderam filhos ou não podem conceber encontram conforto emocional nas bonecas
  • Isolamento social: Alguns casos mostram pessoas que abandonam relações reais para se dedicar exclusivamente às "crianças" de silicone
  • Gastos excessivos: Com preços que podem ultrapassar R$ 10 mil, a compulsão por adquirir novos reborns já causou rombos financeiros

Quando Procurar Ajuda?

Os especialistas alertam para sinais de que o hobby ultrapassou limites saudáveis:

  1. Substituição de interações humanas por cuidado com as bonecas
  2. Sofrimento ao se separar dos objetos, mesmo brevemente
  3. Compulsão por adquirir cada vez mais peças, prejudicando finanças
  4. Crença genuína de que as bonecas são seres vivos

"O problema não está no objeto em si, mas no significado que ele assume na vida da pessoa", explica a psicóloga Mariana Silva, especialista em dependências emocionais.

O Mercado dos Bebês Artificiais

O fenômeno movimenta uma indústria milionária no Brasil, com:

  • Ateliês especializados em grandes cidades como São Paulo e Rio
  • Feiras temáticas que reúnem milhares de entusiastas
  • Comunidades online com relatos emocionais sobre "maternidade reborn"

Enquanto alguns defendem os benefícios terapêuticos, outros especialistas veem riscos na intensificação desse fenômeno na era das redes sociais, onde a busca por aceitação pode agravar comportamentos obsessivos.