
Imagine a cena: uma tarde comum, risadas pela casa, e de repente — o silêncio. Foi assim que uma família de Brasília viveu minutos de puro desespero quando seu pequeno, uma criança com síndrome de Down e autismo, começou a se engasgar com um pedaço de comida. O susto? De cortar o coração.
Por sorte — ou melhor, por conhecimento — os pais agiram rápido. A manobra de Heimlich, aquela que a gente sempre acha que nunca vai precisar, fez toda a diferença. E olha que não é a primeira vez que esse drama acontece por aqui. Só no último ano, o Corpo de Bombeiros registrou mais de 120 chamados parecidos só no Distrito Federal.
Por que crianças com Down e autismo estão mais vulneráveis?
Não é frescura, não. A anatomia desses pequenos guerreiros os coloca em risco maior. A língua um pouco maior, o tônus muscular diferente, e no caso do autismo, a dificuldade de comunicação... Tudo isso vira uma combinação perigosa na hora da refeição.
"A gente vive no modo alerta", confessa Maria (nome fictício), mãe do garotinho do susto. "Cada garfada é uma mini-operação de resgate." Ela tem razão. Segundo especialistas, o risco de aspiração nesses casos é três vezes maior.
As manobras que viram heróis do cotidiano
Vamos ao que importa? Se acontecer com alguém próximo:
- Para bebês: Vire de bruços no seu antebraço, cabeça mais baixa que o corpo. Cinco tapas firmes nas costas. Se não resolver, vire e faça compressões com dois dedos no meio do peito.
- Crianças maiores/adultos: A clássica abraçada por trás. Punho fechado acima do umbigo, outra mão por cima, e puxar para dentro e para cima como se quisesse levantar a pessoa do chão.
E atenção: nada de dedo na garganta! Pode empurrar o objeto mais para baixo e aí... Bem, melhor nem pensar.
O lado que ninguém conta
Enquanto digitamos isso, alguma família está passando por esse terror. O pior? Muita gente ainda acha que "saber disso é coisa de profissional". Bobagem. Num país onde o SAMU demora em média 8 minutos pra chegar (nas boas zonas urbanas), esses conhecimentos básicos são a diferença entre um susto e uma tragédia.
Fica o recado: procure um curso. Os bombeiros locais costumam oferecer de graça. Ou pelo menos assista uns tutoriais confiáveis — mas não deixe pra aprender quando o desespero bater à porta.