
Era para ser mais um dia de cuidados com a beleza, mas se transformou num pesadelo sem fim. Aos 23 anos, uma modelo que preferiu não revelar o nome completo — vamos chamá-la de Ana — vive hoje as consequências devastadoras de um simples procedimento estético que deu errado. Muito errado.
O caso aconteceu em Balneário Camboriú, aquela badalada cidade catarinense conhecida pelos prédios altos e vida noturna agitada. Num consultório que prometia rejuvenescimento, aplicaram ácido polilático no rosto da jovem. O resultado? Bem, foi tudo menos o esperado.
Da vaidade à dor: o início do pesadelo
"No começo, parecia normal", conta Ana, com a voz ainda trêmula. "Uma vermelhidão aqui, um inchaço ali — tudo dentro do que me avisaram." Mas os dias foram passando e a coisa só piorava. Muito pior.
A verdade é que ninguém espera sair de um tratamento de beleza com necrose. Essa palavra pesada, que mais parece saída de um drama médico, virou realidade na vida da modelo. A pele do rosto começou a escurecer, a dor aumentou de forma insuportável, e o desespero bateu à porta.
"Perdi tudo": o desabafo que choca
"Literalmente perdi tudo", desabafa a jovem, sem conseguir disfarçar a emoção. E não é exagero. A carreira de modelo, que mal havia decolado, foi por água abaixo. Os trabalhos sumiram, os contratos evaporaram, e o espelho virou um inimigo.
O que mais corta o coração é ouvir ela dizer que "não tem mais autoestima". Imagina só: uma profissional da beleza, que dependia da própria imagem para trabalhar, agora evitando até sair de casa. A ironia é cruel, pra dizer o mínimo.
O longo caminho da recuperação
Desde março — sim, já são sete meses dessa agonia — Ana enfrenta um verdadeiro calvário médico. Cirurgias, mais cirurgias, tratamentos dolorosos, e uma rotina que gira em torno de consultórios e hospitais.
O pior? Ainda há um longo caminho pela frente. Os médicos falam em pelo menos mais dois anos de tratamento. Dois anos! Enquanto isso, a vida segue para todo mundo, menos para ela.
O lado sombrio da indústria da beleza
Esse caso escancara uma realidade preocupante: a busca desenfreada pela perfeição estética tem custos altíssimos, e nem sempre monetários. Clínicas que prometem milagres, procedimentos realizados às pressas, e aí... Quando dá errado, quem paga o pato é sempre o paciente.
O Conselho Regional de Medicina já foi acionado, obviamente. Mas, convenhamos, de pouco adianta fechar a porteira depois que o boi fugiu. O estrago já está feito.
Um alerta que precisa ser ouvido
O que aconteceu com Ana serve como um daqueles alertas que a gente prefere ignorar, mas não deveria. Antes de qualquer procedimento estético, algumas perguntas precisam ser feitas:
- Quem está aplicando?
- Qual a formação dessa pessoa?
- O local é regulamentado?
- Os produtos são registrados?
Parece óbvio, mas na ânsia de alcançar um padrão de beleza — muitas vezes inatingível — a gente acaba abrindo mão do básico: a própria segurança.
Enquanto isso, Ana segue sua batalha. Não só contra as sequelas físicas, mas contra a depressão que insiste em aparecer. "É uma luta diária", confessa. E que luta, hein? Uma que nenhum jovem de 23 anos deveria enfrentar.
O caso está nas mãos da Justiça agora, mas — vamos combinar — nenhuma indenização vai devolver o rosto que ela tinha antes. Nem a confiança, muito menos os sonhos interrompidos. Fica o aprendizado, doloroso demais, mas necessário.