
O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou mudanças significativas nas regras para a realização de cirurgia bariátrica no Brasil. As novas diretrizes, publicadas nesta semana, visam ampliar o acesso ao procedimento e garantir maior segurança aos pacientes.
O que muda nas regras?
A principal alteração diz respeito ao Índice de Massa Corporal (IMC) necessário para indicação da cirurgia. Agora, pacientes com IMC a partir de 35 kg/m² e comorbidades associadas poderão ser candidatos ao procedimento - anteriormente, o limite era de 40 kg/m² sem doenças relacionadas ou 35 kg/m² com comorbidades.
Novos critérios de elegibilidade
- IMC igual ou superior a 35 kg/m² com doenças associadas (diabetes, hipertensão, apneia do sono)
- IMC igual ou superior a 40 kg/m² mesmo sem comorbidades
- Pacientes com IMC entre 30 e 34,9 kg/m² e diabetes tipo 2 descontrolada podem ser avaliados caso a caso
Preparação e acompanhamento
As novas normas também reforçam a importância do acompanhamento multidisciplinar antes e depois da cirurgia. O paciente deverá passar por avaliação com endocrinologista, nutricionista, psicólogo e outros especialistas por pelo menos dois anos.
Outra novidade é a exigência de que os centros cirúrgicos tenham estrutura adequada e equipe treinada especificamente para este tipo de procedimento, visando reduzir riscos e complicações.
Impacto na saúde pública
Especialistas acreditam que as mudanças podem beneficiar milhares de brasileiros que lutam contra a obesidade. "Esta atualização reflete os avanços científicos e a necessidade de tratar a obesidade como doença crônica", explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica.
O Ministério da Saúde estima que mais de 20% da população adulta no Brasil sofra com obesidade, condição que aumenta o risco de diversas outras doenças.