Morre aos 123 anos no Paraná homem que pode ter sido um dos mais velhos do mundo
Morre no PR homem de 123 anos, talvez um dos mais velhos do mundo

Imagine viver mais de um século e testemunhar as transformações do mundo com seus próprios olhos. Foi exatamente isso que fez um paranaense que, aos 123 anos, deixou este mundo — e deixou também um legado de curiosidade sobre os limites da vida humana.

Não foi qualquer despedida. O homem, cuja identidade ainda não foi totalmente divulgada (a família pediu privacidade neste momento de luto), tinha histórias que dariam um livro. Ou vários. Nascido ainda no século XIX, ele viu o Brasil passar por duas guerras mundiais, ditaduras, redemocratização e a revolução digital.

Um século e tanto

"Ele costumava brincar que já tinha visto tudo, menos um alienígena", contou uma vizinha, entre risos e lágrimas. A rotina do idoso? Simples, como tudo que é verdadeiramente valioso. Caminhadas matinais, café coado no pano e — pasme — uma cachaça artesanal aos fins de semana. "Moderada, sempre moderada", enfatizava.

Médicos que o acompanharam nos últimos anos ficavam perplexos. Sem doenças crônicas, com a mente afiada (embora a memória recente já não fosse a mesma) e uma vitalidade que desafiava a biologia. "Um caso raríssimo", definiu o geriatra Dr. Carlos Mendonça. "Se estudássemos a fundo, talvez descobríssemos segredos valiosos sobre envelhecimento."

O que o censo diz?

Curiosamente, o IBGE ainda não confirmou se ele era realmente o homem mais velho do Brasil — quem dirá do mundo. Documentos antigos, aqueles de papel amarelado e letras desbotadas, complicam a verificação. Mas os moradores locais não têm dúvidas: "Aqui todo mundo conhecia o vovô centenário", diz uma comerciante.

Enquanto cientistas debatem os fatores genéticos e ambientais que permitiram tamanha longevidade, a família prepara um funeral simples, como ele sempre quis. "Sem frescura", teria dito certa vez. E assim se vai não apenas um homem, mas um pedaço vivo da história.