
O Brasil possui atualmente 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com os dados mais recentes do Censo. A informação foi divulgada nesta semana e destaca que os homens representam a maioria dos casos.
O levantamento aponta que, para cada mulher diagnosticada com autismo, há quatro homens com o mesmo diagnóstico. Essa disparidade de gênero já era esperada por especialistas, mas os números reforçam a necessidade de políticas públicas específicas.
Impacto na saúde pública
O aumento no número de diagnósticos nos últimos anos reflete uma maior conscientização sobre o TEA, além da melhoria nos métodos de identificação. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de ampliar o acesso a tratamentos e terapias, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS).
"O autismo é uma condição que exige acompanhamento multidisciplinar. É essencial que as famílias tenham acesso a profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais", explica Dra. Ana Lúcia Mendes, especialista em neurodesenvolvimento.
Desafios e avanços
Entre os principais desafios enfrentados pelas pessoas com autismo e suas famílias estão:
- Dificuldade de inclusão escolar
- Falta de preparo de profissionais da saúde
- Estigma social
- Acesso limitado a terapias especializadas
Por outro lado, nos últimos anos, o Brasil avançou na legislação sobre o tema, com a Lei Berenice Piana (12.764/2012), que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
Os dados do Censo servirão de base para a elaboração de novas políticas públicas voltadas para essa população. O Ministério da Saúde já anunciou que estuda ampliar a rede de atendimento especializado em todas as regiões do país.