
Quatro anos se passaram desde aquele dia que mudou tudo. O ex-zagueiro, cujo nome muitos ainda lembram nos campos de Ribeirão Preto, simplesmente sumiu. Alzheimer — essa palavra pesada, que rouba memórias e destinos — levou embora não só suas lembranças, mas também sua presença física.
Seu filho? Ah, esse não desiste. Nem depois de 1.460 dias. "A gente vive num vai e vem de emoções", confessa, com aquela voz que mistura cansaço e teimosia. "Mas enquanto tiver um sopro de esperança, vou continuar procurando."
O sumiço que virou dor cotidiana
Era agosto de 2025 quando o ex-atleta — que nos anos 90 fazia a torcida vibrar — saiu de casa e não voltou. A doença, cruel como é, já havia apagado pedaços importantes de quem ele era. Mas não o amor da família.
- Cartazes espalhados por toda a região
- Buscas organizadas por voluntários
- Páginas nas redes sociais que nunca pararam de postar
Nada. Até hoje, nenhum sinal concreto. Mas o filho insiste: "Alguém deve ter visto algo. Pode ser um detalhe pequeno, qualquer coisa." A voz dele treme, mas não quebra.
Quando a memória falha, o coração lembra
O que mais dói? Talvez seja ver as fotos antigas — aquelas em que o pai aparece sorridente, erguendo troféus — e saber que ele mesmo não se lembra daqueles momentos. O Alzheimer é um ladrão silencioso, mas a família se recusa a entregar o que resta.
Psicólogos dizem que é importante seguir em frente. Mas como explicar que seguir em frente, pra eles, significa justamente não parar de buscar? "Não é obsessão", defende-se o filho. "É amor. Amor não tem prazo de validade."
Enquanto isso, em Ribeirão Preto, a história desse ex-jogador — que agora luta uma partida muito mais difícil — continua tocando corações. Quem sabe, num daqueles milagres cotidianos que a vida às vezes permite, ele ainda possa voltar pra casa.