Uberlândia: 20 bebês por mês enfrentam a vida sem o nome do pai na certidão
20 bebês por mês sem pai na certidão em Uberlândia

Imagine chegar ao mundo e, logo de cara, já ter uma lacuna na sua história. Pois é exatamente isso que acontece com cerca de vinte pequenos uberlandenses todos os meses. Um número que, convenhamos, não é nada insignificante.

Os cartórios da cidade vivem uma triste rotina: bebês sendo registrados apenas no nome da mãe. E olha que isso não é exceção - estamos falando de uma média mensal que daria para encher uma sala de maternal.

Os números que não mentem

De janeiro a agosto deste ano, pasmem: 158 recém-nascidos tiveram que começar a vida sem o nome do pai no documento. Faz as contas aí - dá quase vinte por mês, um verdadeiro exercício de matemática triste.

E sabe o que é mais preocupante? Esses dados representam aproximadamente 7% de TODOS os registros feitos na cidade. Não é pouco, não. É como se, a cada cem bebês, sete já enfrentassem esse vazio documental desde o primeiro suspiro.

Mas por que isso acontece?

Bom, as razões são das mais variadas - e algumas são simplesmente de doer o coração. Tem pai que some antes mesmo do nascimento, outros que se recusam a assumir a responsabilidade, e há ainda aqueles casos onde a mãe nem sabe direito quem é o genitor.

E não pense que é só uma questão burocrática. Psicólogos alertam que essa falta de reconhecimento pode criar feridas profundas. A criança cresce com uma pergunta constante ecoando: "quem é meu pai?"

E as consequências vão além do emocional

Sem o nome do pai, a criança perde direitos fundamentais - pensão alimentícia, herança, convivência familiar. É como começar a vida em desvantagem, sabe? E o pior: muitas vezes a mãe precisa entrar na Justiça, enfrentando uma batalha judicial que pode durar anos.

Os cartórios, por sua vez, tentam fazer sua parte. Sempre orientam sobre a possibilidade de reconhecimento posterior e sobre os caminhos legais disponíveis. Mas a verdade é que o ideal seria que isso não fosse necessário.

Enquanto isso, Uberlândia segue com esse índice preocupante - um retrato de uma realidade que precisa ser mudada. Porque toda criança merece ter sua história completa, desde o primeiro capítulo.